31 de jan. de 2013

COMO MOSTRAR OS SEUS TALENTOS AOS SEUS COLEGAS

ABRAHAM SHAPIRO

Você sabe fazer mímica? Contar piadas? Tocar um instrumento? Ótimo. Conhecimentos e habilidades extras ajudam muito a construir uma carreira profissional.
Talvez você tenha um dom particular e até goste de exibir seu talento diante de uma audiência em festinhas da empresa. Isto pode ser bom e reafirmar a idéia de que ninguém deve prender-se ao trabalho. Algum lazer ajuda muito.
Os brasileiros  são naturalmente calorosos. No entanto,  em ambientes de descontração entre colegas de trabalho, muita gente confunde alegria com irreverência, e toma para si a liberdade de usar maliciosamente o nome de pessoas, seus traços de personalidade ou convicções para fazer brincadeiras que invariavelmente terminam como atitudes de mau gosto.
Tome cuidado com a sua língua.
Jamais use o seu chefe como centro de assunto com colegas de trabalho - seja para críticas ou para piadas.
Não há dúvida de que todos irão rir ou aprender a divulgar as críticas que você teceu. Isto fará você achar que está sob as luzes do espetáculo, além de  parecer agradável e boa praça. Mas as palavras voam. Às vezes, elas propagam-se à velocidade da luz. Alguém – que você jamais saberá quem é – informará a todos os ausentes  tudo o que se passa, com um grau de detalhe que só perde para a reportagem de morte e enterro do papa. E como consequência, nenhum executivo irá gostar de saber que foi o centro de uma piadinha ou crítica interna feita por você. Se isto acontecer,  espere pela ira dos deuses. E ela é letal.
Não queira divertir todo mundo, pois não é esta a sua função. Cuide da sua língua. Ria. Divirta-se muito. Você merece. Porém, jamais fale da vida dos outros. Saiba que no meio de toda plateia que vibra, aplaude e ri escondem-se "alguns"  que torcem o tempo todo para ver você chorar.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos", Editora nVersos, 2012. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

28 de jan. de 2013

LIDERANÇA NÃO SE APRENDE EM CURSINHOS

ABRAHAM SHAPIRO

Na década de 1980, surgiu a moda da palestra de motivação. As empresas gastaram fortunas nisso. Certo dia ensolarado, a verdade se revelou. Palestra de motivação traz tanto resultado para empresas quanto limonada para a cura do tétano. Mas do que adiantava se arrepender? As grandes companhias apagaram a prática de seus planejamentos, e hipocritamente fizeram de conta jamais terem pensado assim. Mas as médias e pequenas seguiram o caminho aberto.
Hoje, as antigas palestras de motivação deram lugar aos cursos relâmpagos de liderança.
Vira e mexe vêem-se uns e outros anunciando a mágica de formar líderes a troco de um bom dinheiro. Os apelos são tentadores. É como “dar milho para bode” já que qualquer funcionário mantém a ilusão de tornar-se líder aos moldes do que veem nas produções de Hollywood  e nas revistas de negócios.
Se você conhece alguém que tenha se tornado líder apenas por participar de cursos, consiga um pouco de seu sangue, pois ele contém o DNA de um indivíduo realmente especial.
Há “cursos” e “cursos” de liderança. Várias instituições respeitáveis promovem programas ministrados por professores experientes que orientam sobre dificuldades profissionais da carreira e estratégias de superação. Isto é a base do desenvolvimento de líderes.
Liderança é dia a dia. É aprendizado contínuo, sem começo, nem fim. Um líder autêntico está em formação e desenvolvimento até sua morte.
O melhor curso de liderança está aí onde você trabalha, onde você vive, nos seus relacionamentos, nos livros que você comprou e nunca leu... ou nos que você nunca adquiriu e devia.
Liderança se aprende e se vive a cada atitude ou gesto, na consideração que se tem pelo chefe ou subordinado – não há diferença. Liderança se abstrai do tratamento ao cliente – seja ele quem for.
Liderança vem de se lutar pela realização do propósito da vida, da filosofia, da religião, dos princípios e valores, mas acima de tudo, de se ter olhos e ouvidos sensíveis. Ela está nas situações mínimas e máximas, e no modo de se lidar com elas. Está nas decisões que se tomam, e nos destinos que se julgam correto adotar.
Palestrante nenhum, venha de onde vier, tem o poder de fazer de você um líder. Só você mesmo.
O ponto auge desta questão é fabulosamente simples. Nem todos poderão ser líderes sobre outros. Muitos jamais conseguirão isto. No entanto, resta uma grande esperança: a de liderar sobre si próprio. E, de fato, esta é a mais profunda e maravilhosa essência do que significa ser líder.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos", Editora nVersos, 2012. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

21 de jan. de 2013

SR. GERENTE, NÃO DEIXE TAREFAS NO AR!

ABRAHAM SHAPIRO


Existem algumas personalidades cuja tendência de deixar as coisas no ar lhes é natural. Outras, cuja característica é começar uma atividade ou processo e não concluí-lo. Para esse tipo de comportamento há excelente  conserto. A cura começa pela consciência do problema. O passo seguinte é adequar-se a uma disciplina.
Conheço alguns gerentes que distribuem deveres entre seu pessoal, definem os vários parâmetros, e depois... Depois? Qual foi o resultado? Houve dificuldades? Quem realizou cem por cento do que foi solicitado? O objetivo foi atingido? Em que nível? Eles não sabem dizer. Faltou “acompanhamento”, ou, em linguagem corporativa, “follow up”.
Muitos destes podem explicar bem suas razões para não darem o melhor dos follow ups a seus subordinados. No entanto, a verdade é que quase todos se envolvem com um mundo de outras atividades e compromissos esquecendo-se de monitorar o que delegaram. Há uma fé de que tudo dará certo no fim. A questão é: “A que custo?”
Do jeito que as coisas estão em termos de competitividade e corte de despesas, ninguém mais pode se permitir displicência ou comportamentos não organizados. É preciso gerir o tempo de forma tal que as prioridades e as metas sejam efetivadas: das mais urgentes às mais simples. O valor da empresa de hoje está no valor e na qualidade com que todos os seus processos são desenvolvidos. E  nesta equação, o que mais conta é desempenho.
Para evitar a paralisia ou a perda da qualidade da sua equipe, aqui vão alguns conselhos simples e exeqüíveis:
1)Esteja aberto às opiniões do seu pessoal. Eles desejam participar das ideias e, se possível, das decisões. Eles têm alguma prática, e querem externá-la.
2)No momento em que você tiver delegado uma tarefa, passe para a etapa mais importante deste processo, isto é, pergunte: "Quando você prevê que poderá concluí-la?" Quero dizer: eduque cada membro do seu time a trabalhar com uma data final para tudo. Sem esta data, eles o farão somente quando sentirem vontade, o que não se pode admitir, certo?
3)Não se esqueça de disponibilizar um horário a cada dia ou período para esclarecer possíveis dúvidas. Elas sempre aparecem.
4)Finalmente: quando a data marcada para a conclusão da tarefa chegar, cobre com rigor. E aproveite para avaliar o desempenho de cada um observando, por exemplo, a dedicação, a objetividade, a interação e a presteza em realizá-la bem.
Nenhum bom líder deixa tarefas no ar! Tudo, de fato, faz diferença.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos", Editora nVersos, 2012. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

14 de jan. de 2013

NEGATIVIDADE NO TRABALHO PODE ACABAR COM A CARREIRA


14/JANEIRO/2013 - FOLHA DE LONDRINA


A atitude, impulso para a ação e entusiasmo na vida podem fazer a diferença.
Divulgação
Abraham Shapiro: ''Nada de passar a vida esperando os finais de semana, como os preguiçosos. As pessoas percebem quem trabalha com vontade''
A to­do tem­po as pes­soas pre­ci­sam to­mar de­ci­sões so­bre o que que­rem so­bre tu­do: pro­fis­são, re­la­cio­na­men­to, ami­za­de, di­ver­são, en­tre tan­tas ou­tras ver­ten­tes da vi­da, in­clu­si­ve se que­rem ser oti­mis­tas ou pes­si­mis­tas. Se­gun­do o con­sul­tor em­pre­sa­rial Abra­ham Sha­pi­ro, ‘‘ser oti­mis­ta ou pes­si­mis­ta é uma ques­tão de es­co­lha e não de­pen­de das cir­cuns­tân­cias, mas de co­mo ­elas são ­interpretadas’’. 

  ‘‘Ve­jo em to­dos os lu­ga­res pes­soas ne­ga­ti­vas, que en­ca­ram a vi­da co­mo al­go pe­sa­do e di­fí­cil. En­con­tro ou­tras que di­zem: ‘eu que­ro ser ­mais po­si­ti­vo, mas não sei o que ­fazer’. A úni­ca res­pos­ta é: co­me­ce a ­agir a res­pei­to. Co­me­ce a ser po­si­ti­vo. Dê um pas­so, e de­pois ou­tro. En­fim, ­saia do sim­ples de­se­jo. Que­bre a bar­rei­ra do pla­ne­ja­men­to, da fi­lo­so­fia, do pen­sa­men­to. Co­me­ce a mu­dar. ­Aja’’. 

  O con­sul­tor re­for­ça que vi­ve­mos no ‘mun­do das ­ações’, on­de o pen­sa­men­to é ape­nas um ­meio pa­ra im­pul­sio­nar ou mo­ti­var à ­ação. ‘‘Pen­sar, pla­ne­jar, ­agir, apren­der com os re­sul­ta­dos e re­co­me­çar o ci­clo é um pro­gra­ma de qua­li­da­de ou de aper­fei­çoa­men­to que sem­pre da­rá ­certo’’, sen­ten­cia. 

  A ati­tu­de, im­pul­so pa­ra a ­ação e en­tu­sias­mo pela vi­da e no tra­ba­lho po­dem fa­zer a di­fe­ren­ça. Sha­pi­ro lem­bra que tra­ba­lhar com ne­ga­ti­vi­da­de e sem ­amor no que se faz po­de des­truir uma car­rei­ra. ‘‘Na­da de pas­sar a vi­da es­pe­ran­do os fi­nais de se­ma­na, co­mo os pre­gui­ço­sos. As pes­soas per­ce­bem ­quem tra­ba­lha com ­vontade’’. 

Mu­de o fo­co


  Sha­pi­ro su­ge­re que pa­ra es­pan­tar a ne­ga­ti­vi­da­de é pre­ci­so mu­dar o fo­co. Ao in­vés de in­ves­tir to­da a ener­gia em con­ser­tar os de­fei­tos, as pes­soas de­ve­riam es­ti­mu­lar os atri­bu­tos ­bons que pos­sui, ­após o re­co­nhe­ci­men­to e acei­ta­ção de ­seus ‘­deslizes’. ‘‘Ao com­preen­der­mos que to­dos so­mos uma mis­tu­ra com­pli­ca­da de po­ten­cia­li­da­des e li­mi­ta­ções á– uma so­pa de vir­tu­des e de­fei­tos – se­rá pos­sí­vel cres­cer e se tor­nar me­lhor, pa­ra de­pois ter for­ça acu­mu­la­da pa­ra aper­fei­çoar os ­defeitos’’, fri­sa. 

  ‘‘Oti­mis­mo é ir­mão gê­meo da ­alegria’’. A de­fi­ni­ção é do con­sul­tor Sha­pi­ro. Ele afir­ma que es­ta ati­tu­de na vi­da é na ver­da­de a so­lu­ção de to­dos os pro­ble­mas por­que tem o po­der de der­ru­bar bar­rei­ras. ‘‘Tra­ba­lhar com ale­gria é al­go mui­to es­pe­cial. Ela ­atrai coi­sas ­boas, fluí­dos ­bons. A tris­te­za blo­queia a pre­sen­ça di­vi­na pai­ran­do so­bre ­si’’, ex­pli­ca. 

  O con­sul­tor lem­bra ain­da que um dos maio­res ini­mi­gos é o ci­clo da ruí­na, que se ini­cia quan­do o oti­mis­mo dá lu­gar ao rea­lis­mo. ‘‘É quan­do as pes­soas de­sis­tem de si mes­mas. Aca­bam se acos­tu­man­do com a de­pres­são e com as ex­pec­ta­ti­vas bai­xas. Mui­tos pas­sam a acre­di­tar até que se­ja im­pos­sí­vel ser fe­liz. Pas­sam a acei­tar as der­ro­tas da vi­da e, en­tão, ­sucumbem’’. 

  Pa­ra ven­cer as fra­que­zas, o ­coach Sha­pi­ro lem­bra o que um sá­bio dis­se: ‘‘Com ­duas coi­sas não de­ve­mos nos preo­cu­par: com o que é pos­sí­vel re­sol­ver e com aqui­lo que é im­pos­sí­vel re­sol­ver. O que é pos­sí­vel re­sol­ver tem que ser re­sol­vi­do sem de­mo­ra, por­tan­to, não há com que se preo­cu­par. Quan­to ao que é im­pos­sí­vel re­sol­ver, de que adian­ta se preo­cu­par?’’, fi­na­li­za.

É COMPLICADO? USE UMA NAVALHA

Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 14/01/2013, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos.

ABRAHAM SHAPIRO


Sempre gostei da simplicidade. Como consultor, atuo de modo simples. Os norteamericanos também adoram isto. Eles dizem: “Não seja burro, faça as coisas de modo simples”. É lógico, complicar é estupidez.
“Tudo deve ser feito da forma mais simples possível, mas não mais simples que isso”, disse Einstein. Mas a ideia da simplicidade tem tudo a ver com um frade franciscano do século XIV. Seu nome: William of Ockham –  ou Guilherme de Occam.
William estudou e lecionou na Universidade de Oxford. Foi um ícone na virada do pensamento escolástico medieval em direção ao pensamento científico e, por conta de suas idéias pouco ortodoxas, foi convocado pelo Papa para se explicar. Por seu apoio à ala extremista da Ordem Franciscana que se opunha à riqueza da Igreja, acabou excomungado e fugiu para a corte de um rival da igreja em Munique,  onde viveu até sua morte.
Foi este religioso católico quem traçou uma linha divisória entre a fé e a razão, e se imortalizou por meio de argumento conhecido por “Navalha de Ockham”, que orienta a decidir entre várias explicações de um mesmo fato observado. Nestas circunstâncias, a explicação mais simples é a correta. E se uma explicação simples basta, não há necessidade de buscar outra mais complicada.
Explicação mais simples não significa mais fácil. Não se trata de descartar hipóteses só porque são difíceis de entender. A proposta é que sejam desconsideradas as hipóteses que, em igualdade de condições com outras, possuam mais suposições ou pressupostos. É claro, pois conjecturas aumentam as chances de erro.
Na prática, imagine que você vá apresentar os objetivos da função de um novo colaborador da sua empresa. Como consultor, aconselho que você se prepare bem para este momento. Porém, opte pela explicação mais simples para realizar esta apresentação. Você verá que isto é mais eficaz.
Habitue-se a expressar pensamentos com simplicidade. Corte os excessos. Evite premissas não provadas, pois podem produzir interpretações duvidosas. Assim é que se usa a Navalha de Ockham.
Gestão requer simplicidade ininterrupta, consciente e convicta, e não complexidades. Saia fora de discussões orgulhosas e vaidosas que só agravam e impedem o entendimento.
O simples produz paz. O complicado pesa, desgasta e inviabiliza qualquer processo.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos", Editora nVersos, 2012. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

7 de jan. de 2013

COMO FAZER UMA MUDANÇA DAR CERTO

Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 07/01/2013, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos.

ABRAHAM SHAPIRO


É triste, mas a verdade é que a maioria das pessoas nunca muda realmente. Elas se frustram quando encontram limitações e outros impedimentos. Algumas nem sequer tentam. Outras observam que, depois de algum esforço, suas vidas continuam parecidas com o que eram antes.
No entanto, o potencial humano para a mudança real e efetiva é imenso. O que, então, ocorre, para que seja tão difícil realizá-lo?
Para que uma mudança real ocorra seria preciso recriar a nossa realidade interior. Infelizmente, na maior parte do tempo o que criamos são as histórias sobre aquilo que não podemos fazer, sobre nossa incapacidade ou sobre o que jamais conseguiremos ter – juntamente com todos os motivos e porquês. E o problema maior é que fazemos isto inconscientemente. É uma espécie de defeito de programação que mantemos por toda a existência.
É claro que talvez tenhamos razões de sobra para acreditar nestas limitações. Mas embora elas ajudem a explicar o nosso passado de derrotas e insucessos, não deveriam limitar o nosso futuro. Só o fazem por que lhes damos este danoso poder.
É só observar que a maioria das pessoas não acorda pela manhã reverenciando seu potencial pessoal. Poucos seres humanos iniciam o dia repletos de alegria de viver, prontos a desempenhar seu papel de “imagem e semelhança de Deus” quanto ao poder de criação a partir da nada. Deus criou o universo do nada.  Nós também podemos fazê-lo. Mas agimos ao contrário. Acordamos contemplando as nossas limitações, os nossos desapontamentos, frustrações, necessidades não preenchidas e o fardo de problemas que teremos de resolver. Não admira que tantos de nós estejamos exaustos antes mesmo de sair da cama.
Há um belo livro infantil no qual o protagonista, um garotinho chamado Haroldo,  desenha coisas com um giz de cera nas paredes de seu quarto: castelos, montanhas, estradas e tigres. Haroldo escala as montanhas, percorre as estradas, explora os castelos e foge dos tigres. Às vezes, ele vai tão longe em seu desenho que não consegue voltar para casa. Então, ele simplesmente pega seu giz de cera e desenha a estrada de volta. E tudo se resolve. Haroldo cria algo a partir do nada.
A sua vida –  o seu presente e futuro –  é, na verdade, um “nada”. Porém, de infinito potencial. É claro que pode haver alguns limites imediatos para aquilo que você pode criar. Mas você não tem idéia de quais são. Por isso, nem pense neles.
Você pode experimentar o poder pessoal de viver como um criador, em vez de continuar como vítima. Dê o primeiro passo recusando-se a deixar que os seus temores e falhas passadas imponham quaisquer limites àquilo que você faz agora.
Decida, por exemplo, fazer o que esteve adiando por tanto tempo. Como seria a vida para você exatamente agora se escolhesse ser uma pessoa que não se deixa deter pelo medo?
Assim como um fazendeiro que ara seu campo, planta sementes, rega-as e cuida delas, levará algum tempo para você ver os resultados dos seus esforços. Porém, se você está disposto a criar algo a partir do nada, não precisa ficar à toa enquanto espera que as coisas cresçam e frutifiquem. A mesma decisão de ser um criador na sua própria vida trará consigo algumas recompensas poderosas. Recompensas como alegria, realização, e um mundo inteiro – maravilhoso e belo – criado a partir do nada!
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos", Editora nVersos, 2012. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473