30 de jun. de 2010

PÉSSIMAS CONTRATAÇÕES

ABRAHAM SHAPIRO

A pressão para encontrar talentos para a empresa faz os RH´s não capacitados em Recrutamento e Seleção vulneráveis ao encanto irresistível de certos candidatos. É um problema ter gente inepta selecionando pessoas. Pode ser pior do que se imagina.

As agências que melhores resultados produzem – como é o caso da Labor Trabalho Temporário, em Londrina – fazem altos investimentos na especialização de seu staff para superar sua eficiência e produzir índices de acerto cada vez maiores.

Um dos perigos encontra-se nos candidatos tipo Atração Fatal  (já viu o filme?). São aqueles que durante as entrevistas exalam carisma inquestionável, projetam tanta autoconfiança quanto Clint Eastwood com pistola em punho, e têm postura de ex-ocupantes de altos cargos em empresas fantásticas. Quem cai em sua lábia corre o risco de encontrar seu gatinho de estimação assando na churrasqueira.

É claro que qualquer tipo de seleção apresenta riscos. Porém, o maior de todos concentra-se na contratação de gestores cuja posição e influência têm o poder de deixar um rastro de ruína e de veneno interpessoal, financeiro e organizacional.

Destroem empresas inteiras comandando estratégias fora de propósito e mudanças de grande escala. Provocam dissensão entre pares e lideram por intimidação manifestando constante mau humor, desprezando idéias e interferindo no trabalho dos subordinados. Conheço um desses que seria capaz de exigir de um colaborador já sobrecarregado a entrega de um relatório na hora exata da final Brasil x Argentina da Copa do Mundo só para “mostrar quem manda”.

Excluindo a desgraça de herdeiros déspotas em empresas familiares - pois isto é o inferno na Terra -, pessoas ruins costumam esticar sua permanência apesar do mau comportamento por conta do fato do executivo contratante querer bancar a própria escolha - é arrogância, na verdade. Enquanto não houver uma quantidade avassaladora de provas em contrário, ele apóia o contratado sob alegação de que a linha de frente simplesmente não quer cooperar.

O veneno vai espalhando-se em todas as direções, mas raramente atinge a própria cobra.

A melhor saída é contratar certo. Contrate bem. Busque parceria com um consultor ou com uma agência de RH idônea e capacitada. Só assim você evita animais peçonhentos em sua empresa.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

29 de jun. de 2010

DUAS NOVAS REFLEXÕES PARA A VIDA

ABRAHAM SHAPIRO

COMECE MUDANDO A SI PRÓPRIO(A)

Vi uma frase que me ensinou muito esta semana. Dizia: “Quando o amor entre nós era forte, um cubículo nos acomodava. Agora que o amor diminuiu, nem a mansão mais espaçosa é suficiente”.

Há um engano comum de que as dificuldades em um relacionamento podem ser resolvidas com a mudança de ambiente. Não é assim. Quando existe afeição sincera, as dificuldades não afetam o relacionamento. Mas se o carinho desapareceu, qualquer probleminha tolo assume proporção gigantesca. Nem conforto e nem riqueza impedirão a discórdia.

Os problemas que surgem entre duas pessoas podem ser resolvidos se houver disposição para mudanças. Infelizmente, elas optam por atirar culpas entre si, e uma insiste para que a outra mude.

Os seres humanos são criaturas de hábitos. Gostamos de fazer as coisas da maneira como sempre fizemos. Talvez achemos que nossa personalidade esteja gravada em uma rocha interior. Mas, exigimos que as outras pessoas sejam flexíveis. Mudar nossos modos pode realmente ser desconfortável. Então o que fazemos? Pomos a culpa no outro, e exigimos que ele ou ela mude.

Está provado que num relacionamento se as duas partes estiverem dispostas a fazer mudanças em si próprias, os obstáculos para recuperar o carinho podem ser eliminados. Comece mudando por si mesmo.



VOCÊ SEMPRE CONSEGUE O QUE QUER

Você sempre pode alcançar o que quer, sabia? Tudo foi feito para que consigamos realizar os nossos desejos?

Você poderá me questionar: “Por que é que eu não consigo alcançar os meus intentos?” Tudo depende do quanto você quer atingi-los. É preciso desejar com a maior intensidade que lhe é possível.

Existe alguma coisa que você realmente queira ou gostaria que acontecesse? Uma meta? Um plano? Quer realizá-lo, mas acha doloroso demais sair em busca dele e atingi-lo? Muito bem. Pense bem nele. Mas pense muito bem. Focalize sobre ele cada mínima parcela de sua capacidade de concentração. Visualize-o em todos os seus vários detalhes. Deseje ardentemente vê-lo concretizado. Mentalize isso com força e nada nem ninguém lhe deterá. Se você desejar com poder e sua concentração for suficientemente intensa, você irá torná-lo realidade.

Só há um aviso que preciso lhe dar antes de você partir nesta jornada. Você será direcionado de acordo com o sentido que quiser tomar. Se quiser ir para o alto, encontrará novas e amplas oportunidades de crescimento à sua volta. Porém, se o seu desejo for o de ir para baixo, encontrá "um milhao de sonhos coloridos" com que se perder.

Em resumo: você consegue o que quer. Sempre.
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28 de jun. de 2010

DESCARTAR CLIENTES

ABRAHAM SHAPIRO

Um cliente problemático pode custar muito dinheiro à empresa. Descartá-lo, no entanto, sem mais nem menos, talvez não seja a melhor saída para remediar o problema.

Descartar clientes pode ter impacto negativo sobre uma série de públicos — incluindo funcionários e a clientela restante, que podem se perguntar se serão os próximos. Em acréscimo, sempre há o perigo de conseqüências legais e éticas que feririam a imagem da empresa.

Nesses tempos de aumento de demanda, as empresas em geral veem-se diante da contingência de vender, vender e vender. Não se preocupam com qualidade, nem com prazos de entrega e muito menos com serviços. Usam argumentos persuasivos para realizar a venda e vencer a concorrência, mas na hora de cumprir o contrato moral, salve-se quem puder.

Os gerentes começam a ver seus problemas se multiplicando, perdem o controle da gestão, e as crises internas se avolumam. O cenário que segue a isto é catastrófico. Eles apertam o botão do “dane-se” no painel de controle, e a partir daí quem paga o pato é o cliente

Empresa nenhuma pode se dar ao luxo de desperdiçar sua base de clientes. As conseqüências estratégicas são sérias demais.

No final, essa decisão pode acabar com investimentos de longos anos.

Abandonar o cliente que custa dinheiro não é a saída em hipótese alguma. Aliás, melhor seria não ampliar tanto a produção e as vendas a fim de atender comedida e satisfatoriamente o cliente, do que mirar na ampliação de mercado quando os riscos de perda são altos.

Portanto, faça tudo pela qualidade. Faça o que for possível para manter sua base de clientes e cumprir com os seus acordos e contratos. Isso é tudo de mais valioso que sua empresa possui.
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O COELHO VOADOR

Artigo publicado no JL - Jornal de Londrina, em 28/06/2010, na coluna Profissão Atitude.


ABRAHAM SHAPIRO

Quando é que somos perseverantes, obstinados em nossos propósitos, ou teimosos como burro empacado, que não se move mesmo açoitado ao lombo?

Lembro-me do Felipão, o técnico da seleção brasileira, que apesar das pressões da mídia e de quase todos os torcedores a que convocasse Romário para o seu time, não cedeu em momento algum, e de sobra ganhou a Copa, tornando-se pentacampeão.

Antes daquela conquista, foi xingado de chucro, teimoso e insano. Após a Copa, voltou ovacionado e venerado pelos mesmos detratores de antes. Como seria a história se o Brasil tivesse perdido? Na verdade, o rótulo de teimoso foi esquecido em função do resultado positivo que ele alcançou.

Fatos similares estão na biografia dos grandes gênios, escritores, músicos e artistas. Thomas Edison, o inventor americano, tinha o desejo de iluminar o mundo. Foi chamado de louco, mas conseguiu. Para inventar a lâmpada fez tantas tentativas malsucedidas que seu caso tornou-se ilustração em todas as palestras de motivação que se fazem debaixo do sol. Perseverante? Teimoso? Qual a diferença, afinal?

Perseverante é aquele que procura conservar-se constante e firme, que permanece sem mudar ou variar de intento. Já o teimoso é aquele que insiste exageradamente a ponto de tornar-se birrento. Como se vê, a linha que separa um de outro é fina demais.

Quando é que deixamos de ser perseverantes e começamos a ser teimosos? Depende do resultado. Ser teimoso é continuar persistindo em erros, em equívocos, em situações que não trazem benefício. Em outras palavras, é quando se resiste à verdade e adentra-se o território da ilusão.

Uma história ilustra bem. Dois homens sentados em um morro olhavam para uma bela paisagem no horizonte quando de repente veem um animal a certa distância. Sem saberem exatamente que bicho era, um deles vira-se para o outro e diz: “Veja só que urubu imponente!” O outro, contrapondo-se, diz: " Você está louco? Isto não é um urubu. É um coelho".

Após longa discussão em que cada um defendia arduamente a sua tese, os dois tiveram uma ideia que acabaria definitivamente com a discórdia: dar um tiro para o alto. Se o animal voasse, seria um urubu, se corresse, seria um coelho. O primeiro então toma a iniciativa e faz exatamente isso, dá um tiro para o alto. O animal sai voando.

Sentindo-se vitorioso, ele volta-se para o amigo e pergunta: “ E então? O que diz agora?” E o outro, com olhar de surpresa, responde: “Que coisa incrível. É a primeira vez que vejo um coelho voar!!!”

Moral da história: Quando alguém não está disposto a flexibilizar e põe-se teimoso em relação a algo, nem a maior das provas mudará sua opinião.

Você, caro leitor, aprenda uma das lições a que mais dedico esforço para praticar em minha vida: “A mente é como um paraquedas: só funciona se abrir”.
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25 de jun. de 2010

GESTÃO DE PESSOAS

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O resumo de toda a ciência de gerir  pessoas, em qualquer empresa, é:


"Se você quer mel, não chute a colméia"



PEQUENAS FRAUDES, ROUBOS E OUTROS DESVIOS EM EMPRESAS

ABRAHAM SHAPIRO

Meu relacionamento com o presidente daquela cooperativa era excelente. Ele sempre me procurava em busca de conselhos, assim como seus diretores. Certo dia eu soube que não contratavam a minha consultoria por um veto pessoal do vice-presidente. Pesquisei as razões e descobri que além de incompetente confesso, ele sustentava seu cargo através da troca de favores com outros cooperados. E mais. Ele mantinha o hábito de levar, sem registro ou pagamento, mercadorias da cooperativa no porta-malas de seu carro. Todavia, a seus próprios olhos ele era honesto e ético e até exaltava estas suas características em voz alta, sem jamais enrubescer.

Diferentes modalidades de roubos ocorrem todos os dias na maioria das empresas, senão em todas. Furtar tempo produtivo é o mais clássico. Infindáveis conversas no cafezinho, parada para o cigarro, uso indevido do MSN, e fazer nada estão no mesmo nível.

O supervisor de vendas uma empresa retorna de suas viagens às 4as-feiras e, deitado em sua cama, liga para o chefe como se ainda estivesse na estrada. Prolonga seus fins de semana a essas custas e, de sobra, destaca notas fiscais frias em hotéis e restaurantes para engordar o reembolso de seus acertos. Diz que isso é o  patrocínio do churrasquinho e da cerveja de  sábado. O curioso é que, por ser da mesma religião dos diretores, ele sente-se no direito de agir assim. E age. Sem pudor algum.

As pessoas banalizam e minimizam o conceito de honestidade quando se trata dos bens e patrimônio da empresa. Alimentam uma falsa isenção de culpa e acham correto apropriar-se de uma caneta, do uso particular da máquina de fotocópias, ou da impressora sem remorso que lhes faça refletir no verdadeiro significado disso.

Como evitar estas pequenas fraudes? Mantendo o controle rigoroso da compra e distribuição de material de consumo interno, catalogando cada item e responsabilizando uma única pessoa para administrá-lo. Outra oportunidade está em codificar acessos a máquinas e equipamentos. Controlar estoques de produtos fabricados, nem se fala. E você pensa que  só naquela cooperativa não o fazem? Engano seu. Muitas empresas só fabricam. Mas são desorganizadas a tal ponto que não dão conta dos desvios que ocorrem. E depois se matam para reduzir custos.

É claro que uma consultoria que levantasse as falcatruas naquela cooperativa não seria e não será bem-vinda enquanto o tal vice for mantido por sua "base eleitoral".

Por enquanto, aprendamos que quando as pessoas falam e agem, seus motivos nem sempre são aparentes. Quase sempre elas têm intenções suspeitas por baixo de roupas lícitas, e muito mais quando elas costumam repetir mantras de que são éticas e corretas. Saiba que no fundo de uma mente excessivamente apegada à moral, habitam desvios que jogam sujo com a inocência dos tolos. Que você não seja um desses tolos.
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24 de jun. de 2010







Em cada jornada da sua vida você tem de estar onde você estiver. 

Você só pode estar atravessando o seu caminho para algum lugar aparentemente mais importante, mesmo que ache não haver propósito onde você agora está!

QUASE TODOS TROPEÇAM NO "COMO"

ABRAHAM SHAPIRO

A raça humana tem aprendido muito no decorrer dos últimos sessenta séculos. Mas ainda não sabemos como viver nossa vida.

Coloque vinte pessoas em um sala. É muito provável que haverá uma concordância unânime sobre temas como o meio ambiente, os direitos humanos, a igualdade, a paz mundial e outros. Deixe-as agora sair da sala para lidarem com suas próprias vidas e você verá vinte opiniões diferentes sobre o significado de todas aquelas coisas e como devem ser aplicadas.

Ao lutar com as alternativas diárias que se nos apresentam, os próprios temas com os quais concordamos tornam-se a base para opiniões conflitantes e ações a respeito de tudo. A confusão vai desde perfil racial e controle do meio ambiente até educação religiosa nas escolas, e praticamente todos os assuntos com os quais nos confrontamos.

Idéias e princípios não são o suficiente. Eles só definem o quadro geral. Mas poucos conflitos são sobre o quadro geral. A maioria das discórdias e dilemas são principalmente sobre  "como",  "quando" e  "onde". Não basta saber o que é correto. Precisamos ter o conhecimento mais profundo possível para entendermos suas variações, nuances, sutilezas e parcialidades.

Na empresa este é um sério problema. Você sabe que precisa ter uma loja para atender o mercado através do varejo. Mas quando implanta esta loja, você se perde nas mínimas coisas, nos detalhes, e o projeto naufraga.

É  a mesma diferença que há entre alguém nos mostrar a foto de uma linda pessoa e ser casado com ela por vinte anos. No primeiro caso, tenho um rosto e um nome: se eu encontrar aquela pessoa na rua, saberia quem ela é. Mas não saberia como é o seu gosto por café, nem o tamanho de seus sapatos, ou se ela ronca enquanto dorme. Não saberia como ela sorri ao ser elogiada ou como reage quando é ofendida.

Não basta saber que algo é bom ou ruim parcialmente. Precisamos dos detalhes. Nossos grandes problemas nunca estão em O QUE FAZEMOS, mas em COMO FAZEMOS. Esta é a pequena pedra em que quase todo mundo tropeça.
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23 de jun. de 2010

NO FINAL MELHOR QUE NO INÍCIO

ABRAHAM SHAPIRO

“Na casa da sorte, quem entra pela porta do prazer sai pela porta do pesar, e vice – versa”.

Nos negócios ou da vida, cuide do desfecho das coisas. Dê mais atenção a uma boa saída do que a uma entrada aplaudida e triunfal.

Comum é ter um inicio muito favorável. É exatamente por isso que o fim tende a ser trágico, pois a dificuldade de manter o ritmo crescente quando já se começa por cima é maior - não há mais para onde subir ou progredir. E é isso o que todos esperam. Assim, não faça muita questão dos aplausos na entrada, mas  que eles venham ao partir.

A tática para isso está em não revelar-se por completo no início e garantir o bom andamento do processo. É permitido atiçar um pouco a curiosidade, sim. Mas não se esqueça que, por sua característica própria, o mistério sempre provoca a veneração. Então mantenha um pouco de mistério. Evite que todos acessem livremente os seus planos e pensamentos. Tão logo saibam tudo a seu respeito, começarão a desprezá-lo(a). É bom deixar uma área não muito revelada para despertar a curiosidade. Pessoas sensatas guardam um silêncio cauteloso. Após qualquer declaração, a estima deixa de existir. É quando as pessoas começam a expor sua censura e suas objeções.

Um sábio disse que "D-us é misterioso para nos ensinar que o segredo da atenção permanente das pessoas está em não revelar-se totalmente". Qualquer coisa óbvia não é nem inútil e nem de bom gosto.

Raros são os que continuam sendo desejados após revelarem-se totalmente, e dificilmente a sorte os acompanha até a saída.

Decorridos trinta anos desde sua extinção,  os Beatles – o conjunto de rock britânico dos anos 60 – ensinam que a melhor hora para  sair de cena é quando se atinge o auge. Deixar o jogo enquanto estiver ganhando é a estratégia dos melhores jogadores. Uma retirada elegante é tão importante quanto um ataque de grande estilo.
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22 de jun. de 2010

INFORMAÇÃO, UMA DAS BASES DA GESTÃO

ABRAHAM SHAPIRO

Diz um antigo ditado que “as pessoas inteligentes se armam com munição de saber requintado”.

O mundo dos negócios requer que os que nele atuam detenham um saber prático e atualizado. Isto se refere a “conhecimento autêntico”, e não  vulgar ou supérfluo.

Sabe qual a razão das palavras “armar-se com munição” neste ditado? É uma terminologia de guerra, pois o mundo dos negócios exige prontidão aos níveis de um campo de batalha. Conhecer frases espirituosas ou fatos curiosos referentes ao segmento em que se atua são só dois exemplos destas munições. Eles são necessários no momento em que se expõem ideias ou se explica  alguma situação específica. Se você já passou por uma experiência em que lhe tenha faltado argumentos, sabe do que estou falando!

Às vezes, o que é dito com certo tempero de bom humor ou sabedoria espirituosa instrui melhor que a serenidade. Para muita gente, o conhecimento obtido através de boas conversas vale mais do que livros.

No entanto, obter informações no ambiente corporativo exige cuidado seletivo. Alguns se agarram à primeira informação que recebem, dispensando outras. Uma vez que a mentira é sempre primeira a chegar, agindo deste modo não se dá lugar para a verdade.

Uma pessoa que se satisfaz com a primeira explicação que lhe chega, ou com a primeira proposta, estará demonstrando  intelecto  pobre e carente. Uma louça ruim fica impregnada com o cheiro da primeira bebida que recebeu – seja esta bebida ruim ou boa. Por isso, não se apegue ao que entra em seus ouvidos em primeira mão, como os boatos, por exemplo. Lembre-se que os mal intencionados pintam os fatos da cor que querem. Se você ouve uma história com o ouvido esquerdo, reserve o direito para o outro lado da história. Uma pessoa prudente arrumará tempo para rever as coisas. Preste atenção a seu segundo e terceiro informantes.

A pessoa que facilmente se impressiona  é incapaz de discernir, e vive muito próxima da paixão – é  um veneno, especialmente em se tratando de negócios.
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DUAS COISAS PARA SE LEMBRAR NO TRABALHO

ABRAHAM SHAPIRO

1. O EMPREGO DOS SEUS SONHOS

O que você adora fazer na vida? O que é que você faz melhor?

Estas são as duas perguntas mais importantes a se fazer para qualquer pessoa numa entrevista de emprego. Quais respostas você daria?

Deixe-me revelar um segredo. Quem não tem paixão por nada que diga respeito aos objetivos da empresa em que trabalha ou deseja trabalhar merece ser descartado de cara.

Por isso recomendo às pessoas que estão desesperadas atrás de um emprego que, antes de se submeter a qualquer entrevista, tenham bem claro para si o que podem oferecer de melhor para o empregador.

Segundo pesquisas feitas pelos RH’s de grandes empresas, essa estratégia representa 80% de sucesso para quem está em busca de uma vaga.Por outro lado, se você não tem entusiasmo, as chances de sucesso são de apenas 5%.

Achar o emprego ideal é uma das maiores angústias modernas. Portanto, conheça-se bem. E depois, dedique-se a aperfeiçoar as suas deficiências para que você seja uma pessoa melhor e um profissional melhor. Isto sim é um plano de desenvolvimento pessoal.

Quem é capaz de construir uma grande obra sobre os alicerces da própria vida, está apto para dirigir pessoas, uma empresa e a alcançar o sucesso.

2. AS REGRAS DO JOGO

Se você vê pessoas sentadas em volta de uma mesa jogando truco, buraco ou outro jogo, uma coisa é possível afirmar: todos, no mínimo, sabem as regras.

Pode ser que um conheça mais armadilhas com as cartas que outro e, por ter mais prática, consiga se desempenhar melhor. Mas até o mais fraco desses jogadores tem de conhecer as regras. Do contrário, não entraria na roda.

Agora pense comigo: o que se faz com uma boa vocação sem conhecimento de regras práticas? Vendas, por exemplo. Se o vendedor não tem noções de apresentação de produtos, técnicas de abordagem, como será possível tornar-se um vendedor competente?

Meus amigos, entendam uma coisa importante: talento sozinho não garante nada. Estudo e prática são exigidos de qualquer pessoa que queira ser profissional.

É preciso disciplina, conhecimentos e aperfeiçoamento. Sem isso, um profissional só terá sonho, mas nunca realização.

Olhem o mercado de trabalho. Tem muitas vagas abertas, mas as pessoas não têm qualificação.

É por isso que se vê gente infeliz, criticando salário, o mercado de trabalho e praguejando seus empregos e patrões. É óbvio. Mas elas não querem estudar para melhorar isso. É como diz aquele ditado: “Quem não sabe dançar, diz que a sala está torta”.
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21 de jun. de 2010

O JEITO CERTO DE ADMINISTRAR CLIENTES QUE NÃO DÃO LUCRO

Vikas Mittal, Matthew Sarkees e Feisal Murshed

Um cliente problemático pode custar muito dinheiro à empresa — mas descartá-lo sem mais nem menos talvez não seja a melhor saída para remediar o problema. Os autores, todos professores de universidades americanas, exploram os prós e os contras do abandono de clientes.

Usando exemplos reais, os autores mostram como a decisão de pôr fim ao relacionamento com um cliente ou um segmento de clientes pode aumentar a rentabilidade, elevar o moral do pessoal, resolver limitações de capacidade e turbinar uma estratégia de negócios. Contudo, descartar clientes pode ter impacto negativo sobre uma série de públicos — incluindo funcionários e a clientela restante, que podem se perguntar se serão os próximos. Além disso, sempre há o perigo de conseqüências éticas e legais, o que feriria a imagem da empresa.

Antes de tomar a decisão, dizem os autores, o executivo deveria usar o modelo apresentado no artigo. São cinco etapas. A primeira é reavaliar o contexto da relação atual com o cliente, indo além da mera rentabilidade. É bem possível que a empresa descubra que a saída mais produtiva é educar os clientes, e não descartá-los. Em certos casos, se a empresa renegociar a proposta de valor com o cliente, ambos sairão ganhando. Em outros, o melhor é transferir o cliente para outras subsidiárias e provedoras — desde que a decisão seja tomada em boa-fé, e como tal interpretada. Se for preciso realmente encerrar a relação com o cliente, use uma abordagem direta, interpessoal.

Empresa nenhuma pode se dar ao luxo de desperdiçar a base de clientes. Logo, a decisão de descartá-los não pode depender apenas do fato de darem ou não lucro — pois as conseqüências estratégicas são sérias demais. No final, essa decisão pode acabar sendo mais difícil do que qualquer cliente.





Abandonar sem pensar o cliente que custa dinheiro não é a saída. Use o esquema aqui apresentado para saber se é melhor consertar ou encerrar a relação.  

No dia 29 de junho de 2007 a empresa americana Sprint Nextel enviou uma carta a cerca de mil pessoas. Nela, informava que haviam sido sumariamente desligadas. Só que os destinatários eram assinantes, não funcionários. A operadora de telefonia celular vinha monitorando o volume e a freqüência de chamadas ao suporte técnico feitas por um grupo de usuários finais de alta manutenção. “Havia casos de gente que ligava para a central de atendimento centenas de vezes por mês (...) pelo mesmo motivo, ainda que achássemos que a questão já fora resolvida”, disse em julho, à Reuters, uma porta-voz da Sprint. A empresa acabara decidindo que não podia arcar com as necessidades de cobrança e serviço desse reduzido grupo de assinantes. Resolveu isentar todos da taxa de cancelamento do contrato e encerrar sua conta.

A TXU, grande concessionária de energia elétrica do Texas, seguiu o mesmo caminho. Em 2005, adotou uma estratégia comercial mais rígida em resposta à pressão competitiva de um mercado desregulamentado. Passou a cortar mais depressa o fornecimento de energia de clientes inadimplentes e a cobrar uma taxa maior para ligar de novo a luz. Além disso, premiava quem pagava a conta em dia. Conseguiu, com isso, reduzir a dívida “irrecuperável” dos caloteiros e aumentar a produtividade de funcionários que até então passavam um bom tempo atendendo a ligações desses inadimplentes. É como disse um alto executivo financeiro da TXU ao Wall Street Journal: “Um cliente que liga todo dia [para a empresa] é menos rentável do que um que paga em dia e nunca a procura.”

O abandono de clientes — quando a empresa deixa de fornecer um produto ou de prestar um serviço a clientes existentes — já foi considerado anomalia. Para muitas organizações, no entanto, está rapidamente virando uma opção estratégica viável. É verdade que o custo estratosférico de adquirir novos clientes e a complexidade da venda cruzada para distintos segmentos do mercado garantem que a retenção de clientes siga sendo imperativa. Mas certas empresas estão tirando proveito de novas abordagens à segmentação e de tecnologias que facilitam a vida de quem deseja reter apenas os clientes certos — clientes que gerarão mais receita ao longo dos anos — e, por extensão, livrar-se dos problemáticos.

Para entender melhor tendências recentes no abandono de clientes, fizemos um exame detido de empresas que se desfizeram de clientes, bem como de parte da clientela que deixaram para trás. Examinamos reportagens na imprensa, comunicados de imprensa e blogs e revistas voltados ao consumidor para explorar a cambiante dinâmica cliente-empresa. Em 2005 e 2006, entrevistamos 38 executivos de 32 empresas de uma série de setores, incluindo TI, manufatura, saúde, finanças e serviços profissionais. Fizemos, ainda, a sondagem de uma amostra aleatória de 236 clientes. Dos executivos ouvidos, 90% disseram que haviam pensado seriamente em abandonar certos clientes; 85% já tinham tomado tal medida. Dos clientes, 23% indicaram que haviam sido abandonados por uma empresa no ano anterior.

Nossa pesquisa identificou quatro motivos comuns para uma empresa encerrar o relacionamento com usuários finais: queda na rentabilidade de certos clientes, produtividade menor de funcionários que lidam com clientes deficitários, mudança na capacidade de servir grandes volumes de clientes e alterações na estratégia de negócios da empresa. Embora a maioria dos gestores que ouvimos tivesse pensado em se desfazer de certos clientes por uma razão dessas, nenhum quis admitir o fato publicamente. Tirando os efeitos imediatos de uma estratégia dessas sobre lucros e operações, os executivos com quem falamos temiam ramificações mais duradouras — como sofrer retaliação de clientes ou ganhar a reputação de prestadora de serviços “difícil” ou rebelde no setor. Com efeito, o dano colateral desse abandono pode ser sério: a empresa pode fazer às concorrentes o favor involuntário de mandar clientes a sua porta. Pode ferir a relação com a clientela de alto valor que é preservada — e que pode passar a encarar a empresa como pouco empenhada em servir. Pode, até, descumbrir obrigações éticas ou legais para com os clientes.

Antes de tomar qualquer medida nesse sentido, seria bom que a empresa submetesse a si e a seus clientes (sejam empresas, sejam indivíduos) ao esquema de cinco etapas que desenvolvemos com base em nossa pesquisa. Isso ajudará seus executivos a considerar o impacto estratégico do abandono de clientes — não só em termos de rentabilidade. O modelo traz um sistema para a avaliação objetiva do valor presente e potencial de cada cliente ou grupo de clientes — em suma, para que a empresa contextualize cada relacionamento desses e decida qual o melhor rumo a tomar (veja o quadro “Continuum do abandono de clientes”). Tendo concluído a difícil tarefa de reavaliar o relacionamento presente com clientes, educar clientes deficitários, renegociar a proposta de valor ou transferir clientes para parceiras ou outros fornecedores, a empresa será capaz de avaliar com mais clareza a importância desses clientes para seu sucesso a longo prazo. Só então deve começar a encerrar certos relacionamentos.


(clique sobre a figura para ampliar)

Em certas situações, o abandono de clientes (corretamente efetuado) pode ser uma boa estratégia, embora certamente deva ser o último recurso a adotar. Antes de examinarmos cada elemento do modelo em detalhe, consideremos potenciais benefícios e riscos do abandono de clientes.

Por que abandonar clientes?
Conforme dissemos, os executivos que entrevistamos citaram quatro grandes motivos para que sua empresa cogitasse o abandono de certos clientes, apesar do risco de degradação da base geral de clientes.

O primeiro motivo para encerrar um relacionamento é, obviamente, a rentabilidade. A grande imprensa está repleta de relatos de empresas de B2B e B2C que se desfizeram de clientes que já não davam suficiente retorno sobre o investimento. É uma situação relativamente comum nas indústrias financeira e de seguros, nas quais o lucro depende tanto de fatores de risco ligados ao cliente. Em 2005 as seguradoras Allstate e Nationwide abandonaram, respectivamente, um total de 95 mil e 35 mil titulares de apólices de seguro residencial no estado americano da Flórida por receio de altíssimos prejuízos no futuro. Em 2004 e 2005 certas regiões do estado foram bastante atingidas por sete grandes furacões. Com a desculpa do risco elevado, a indústria de seguros posteriormente avaliou e suspendeu centenas de milhares de apólices residenciais em todo o país.

Empresas nos setores de varejo e serviços também se desfizeram de clientes para estancar perdas. Num caso comentadíssimo nos EUA, a Filene’s Basement, de Boston, proibiu em 2003 que dois clientes de longa data entrassem em qualquer loja da rede no país devido ao volume excessivo de devoluções e queixas que faziam, o que consumia o tempo precioso dos vendedores da loja e outros recursos. Na mesma veia, varejistas como as americanas Sears e Best Buy cobram uma taxa de reposição em certos artigos para desestimular o cliente a devolver produtos que a loja é, então, obrigada a vender com desconto — por serem de outra estação ou estarem sem a embalagem original. Locadoras de veículos rejeitam sem rodeios o cliente que já danificou um carro alugado no passado. Um gerente de uma locadora nos disse que isso é “absolutamente necessário” nesse ramo. “Se alguém for tirar proveito de nossos [ativos de alto custo], precisamos nos proteger.”

Certas organizações são sistemáticas na hora de separar os clientes que dão lucro dos que não dão. Usam ferramentas e abordagens analíticas para computar o valor vitalício do cliente e outros indicadores relevantes. Em fins da década de 1990, por exemplo, a FedEx esmiuçou as cifras envolvendo seus 30 maiores clientes — grupo que gerava cerca de 10% da receita e do volume total da empresa de encomendas e transporte. Segundo um artigo de 1999 no Wall Street Journal, a FedEx “descobriu que certos clientes, incluindo alguns que exigiam um alto volume de entrega em domicílio, não estavam gerando tanta receita quanto haviam prometido durante a negociação de desconto nas tarifas cobradas pela FedEx”. Logo, passou a cobrar mais desses clientes. A certa altura, a empresa pediu que vários daqueles que se recusaram a aceitar a nova tabela buscassem outra fornecedora. Situação similar foi descrita em 2003 em outro artigo do Wall Street Journal, agora sobre o hospital de 800 leitos mantido pela University of Texas em Galveston. A instituição identificara em seu banco de dados cerca de 64 mil pacientes inadimplentes. Depois de considerar o impacto social de deixar de atendê-los, Joan Richardson, então diretora clínica da instituição, traçou um plano para racionar o atendimento a esses pacientes — que basicamente ficaram restritos a certos medicamentos e procedimentos e eram obrigados a pagar antecipadamente por consultas médicas. O plano ajudou a reduzir a porcentagem de inadimplentes entre a população total atendida pelo hospital de 26% em 1998 para cerca de 17% em 2003.

Outra razão para abandonar clientes é turbinar a produtividade e o moral do pessoal. Clientes de rudeza injustificável ou habitualmente antipáticos podem impedir que o pessoal faça seu trabalho e até aniquilar seu desejo de permanecer na empresa. Imagine, por exemplo, o freguês habitual de um restaurante que gasta toda noite uma bela quantia em comida e bebida, mas trata mal os garçons e perturba os demais clientes. Para que retenha seus funcionários (e, possivelmente, outros clientes rentáveis), o restaurante precisa abandoná-lo. Sobretudo em serviços de B2B, a empresa que não dá um basta a clientes problemáticos corre o risco de uma rotatividade maior entre o pessoal e de perda do conhecimento institucional. Um executivo de uma grande empresa de serviços nos contou o seguinte: “Tivemos de decidir se queríamos ou não manter nossos funcionários. O cliente estava exigindo demais deles, estávamos a ponto de presenciar um motim. Valorizamos nosso pessoal. Com toda gentileza, dissemos ao cliente que não podíamos mais assisti-lo”. Um sócio sênior de uma firma de pesquisa e consultoria relatou o caso de um cliente no setor de bens embalados que “só pensava em ganhar [e que] só sentia que havia ganhado se todo mundo a sua volta perdesse. Ainda que lhe déssemos o melhor produto, [ele] sempre achava um defeito. Isso estava nos desgastando”. O sócio levou essa constatação ao presidente da firma, que acabou decidindo que a consultoria deixaria de concorrer por projetos para aquele cliente.

Limitações de capacidade são um terceiro motivo para desistir de clientes. Certas empresas não contam com a tarimba, a capacidade física ou os recursos financeiros necessários para seguir prestando um determinado serviço. Outras subestimam a demanda da clientela ou o impacto de novas normas ou forças do ambiente. Sócios de duas auditorias contaram que suas firmas haviam abandonado centenas de clientes nos EUA quando entrou em vigor a lei Sarbanes-Oxley, que aumentou consideravelmente o tempo gasto por seus profissionais com questões de conformidade para grandes clientes de capital aberto. “Simplesmente não temos gente suficiente para atender empresas menores, de capital fechado”, disse um dos sócios. “Não que quiséssemos, mas tivemos de abandonar, cobrar mais ou simplesmente não dar suficiente atenção a empresas menores”, que em certos casos desistiram do serviço.

Por último, certas empresas vêem o abandono de clientes como conseqüência natural, embora de certo modo intencional, da evolução de sua estratégia. Quando deixa de trabalhar com certos produtos e serviços, ou quando abandona todo um segmento do mercado, uma organização está indiretamente dizendo a seus clientes que busquem outra empresa capaz de satisfazer suas necessidades. A AT&T, por exemplo, decidiu em 2004 dar mais atenção ao mercado comercial e menos ao residencial. Não que tenha saído encerrando o relacionamento com assinantes residenciais — mas a combinação da perda natural de clientes e da investida de concorrentes consideravelmente reduziu a base de assinantes residenciais da empresa.

Certas organizações abandonam clientes para corrigir erros de estratégia do passado. Um gerente de uma empresa de telecomunicações de alta categoria contou que no final da década de 1990 sua empresa atraíra indiscriminadamente para a base de clientes um grande número de pequenas empresas, pois tinha pressa em ganhar participação de mercado. Em 2004, disse, muitos desses clientes haviam fechado as portas — ou não davam lucro. O gerente reconheceu que a empresa hoje está pagando por aquela corrida: “A coisa toda virou um exercício doloroso de abandono de clientes, corte de pessoal e reorganização”. Na mesma veia, em resposta a escândalos e a investigações da SEC, a gigante de seguros Marsh & McLennan descartou, em 2005, milhares de clientes no mundo todo. É que uma auditoria dos lucros — havia muito necessária — revelou que a empresa vinha perdendo dinheiro com cerca de 25% da base de clientes. “A solução no curto prazo era óbvia”, disse o presidente Michael G. Cherkasky ao Wall Street Journal. A empresa se livrou de clientes que não davam retorno e do pessoal que atendia essas contas. 

Quando é arriscado abandonar clientes?
Desligar-se de clientes pode fazer sentido em certas situações, mas em geral os riscos dessa estratégia superam a recompensa. Em jogo, não há apenas o lucro; quando a empresa decide abandonar certos clientes, vários são os atingidos. Empresas com custos fixos elevados, por exemplo, correm o risco de jogar uma parte maior da carga de custos sobre a clientela restante. Uma médica que entrevistamos contou que, ao deixar de atender dois segmentos de pacientes que não davam lucro, sentiu dificuldade para preencher os horários abertos na agenda. Seus funcionários não tinham o que fazer; a médica não queria demiti-los, pois muitos estavam havia anos com ela. No final, acabou comprando outra clínica para levar as operações de volta ao azul. Empresas que se desfazem de clientes podem perder fontes valiosas de informação, experimentação e inovação. Afinal, idéias e sugestões de usuários finais podem ajudar a empresa a identificar rapidamente novos produtos e serviços e a desenvolver melhores práticas.

De sua parte, o cliente abandonado por uma empresa não raro é acomodado por uma adversária, o que muda a dinâmica competitiva. Obviamente, não faltavam operadoras de telefonia celular para atender à clientela que se sentiu desertada pela nova ênfase da AT&T no segmento comercial, por exemplo. Em certos cenários, clientes remanescentes podem ficar inseguros e se perguntar se não serão os próximos. Às vezes o cliente pode interpretar o abandono como forma de discriminação — e, nitidamente, é influenciado por aquilo que se oferece a outros clientes. Em 2000, a incursão da Amazon na precificação dinâmica rendeu publicidade negativa para a empresa, que resolvera dar descontos ligeiramente distintos para distintos clientes em certos produtos. Quando o esquema veio à tona, os clientes atingidos (e os que não haviam sido) ficaram indignados, obrigando a empresa a tomar a iniciativa de oferecer reembolsos.

O pessoal da linha de frente não sai ileso quando a empresa abandona parte da clientela. Como ilustra o caso da Marsh & McLennan, uma base de clientes menor pode levar a uma base de funcionários menor. Para aqueles que ficam, a partida súbita de clientes que talvez já fossem amigos pode ser traumática — afinal, na maioria dos casos esse pessoal dedicou um belo tempo para estabelecer, cultivar e desenvolver o relacionamento agora desfeito. Na Marsh & McLennan, os corretores que não foram demitidos — agora frustrados e revoltados — ficaram tão indignados com o tratamento dispensado pela empresa a antigos clientes e colegas que acabaram debandando para a concorrência. A lição é que o modo como a empresa trata seus clientes envia uma forte mensagem — intencional ou não — sobre o modo como a gerência trata o pessoal.

Quando a empresa decide se desfazer de clientes pode haver problemas éticos e legais. Uma estratégia dessas pode bater de frente com princípios de responsabilidade social empresarial profundamente arraigados em muitas organizações. No mundo ocidental, a população em geral espera que certos serviços (luz, água, saneamento básico, aquecimento) sejam universais, independentemente da capacidade de pagar do consumidor. Isso posto, vejamos o que ocorreu, no Brasil, com a Embratel: como cobrar a dívida de inadimplentes tinha alto custo, a empresa queria cortar o serviço de quem estivesse mais de seis meses sem pagar a conta. Mas foi impedida por agências reguladoras, que consideraram a decisão um transtorno para a população. A Embratel acabou lançando um pacote de incentivos financeiros para que os assinantes inadimplentes cancelassem o serviço da empresa e migrassem para a telefonia pré-paga. Já que a diferenciação e a segmentação são os pilares da maioria dos programas de abandono de clientes, uma iniciativa dessas pode ser vista por autoridades, ativistas e grupos de defesa do consumidor como discriminatória — seja ou não justificável do ponto de vista comercial. 

Como administrar o processo
Naturalmente, a transação entre clientes e empresas deve ser benéfica para ambos. Só que pode ser difícil manter, a longo prazo, essa troca eqüitativa de valor. A gerência começa a considerar o abandono de clientes quando o valor entregue ao cliente supera em muito o valor dele extraído. Contudo, essa estratégia só deve ser posta em prática depois de uma avaliação detida da relação com o cliente, considerado o contexto, e de todo esforço possível para restaurar o equilíbrio. O arcabouço que aqui sugerimos pode orientar a empresa no processo de possível abandono do cliente (veja o quadro “Como abordar o abandono de clientes”).


(clique sobre a figura para ampliar)

Reavalie a relação atual com o cliente. Antes de mais nada, é preciso examinar exaustivamente os dados — não só a rentabilidade — usados para classificar como um problema certos clientes ou segmentos de clientes. Isso inclui não só indicadores financeiros, como o gasto presente e futuro do cliente, mas também um panorama maior do contexto no qual o cliente e a empresa estão operando. As necessidades do cliente mudaram, por exemplo? Ou foi o foco da empresa que mudou? O cliente sairia ganhando se migrasse para outro serviço prestado pela empresa? A empresa decidirá se abandona ou não o cliente com base, em parte, na resposta a essas questões.

No caso de empresas B2B é relativamente fácil conduzir essa análise, pois em geral é estreito o leque de grandes clientes e há fartura de informações detalhadas sobre custos, receita e rentabilidade de cada um deles. Já empresas voltadas ao público geral costumam ter uma relação indireta com um amplo espectro de consumidores e podem não contar com dados qualitativos e quantitativos sobre cada segmento desse público.

Às vezes a empresa percebe que julgou equivocadamente o cliente. Um consumidor identificado como pouco propenso a gastar — e que, portanto, não daria lucro — pode simplesmente ignorar o leque de serviços oferecido. Em outros casos, o cliente arredio pode ser um subproduto da própria miopia da empresa. Isso pode ocorrer tanto no ambiente B2B como no B2C. Um exemplo: para atender a suas contas maiores (empresas do Fortune 50), uma agência de publicidade que estudamos vinha dando menos atenção a suas clientes menores, sobretudo a entidades sem fins lucrativos locais — muitas das quais foram aos poucos migrando para a concorrência. A certa altura, o presidente da agência resolveu reavaliar o relacionamento com as clientes do terceiro setor — mas só depois de ter ouvido um sermão de um executivo de uma cliente de grande porte que calhava de pertencer ao conselho de uma das pequenas entidades sem fins lucrativos que vinham sendo ignoradas. O presidente percebeu que o abandono inadvertido de clientes pela agência vinha manchando sua reputação — e tentou renegociar os termos com essa clientela.

Eduque a clientela. Um aspecto crítico da manutenção de relações rentáveis com clientes é administrar suas expectativas. Se contar com a informação necessária para enfrentar uma situação complicada envolvendo o produto ou o serviço, o cliente terá menos dúvidas e menos necessidade de recorrer a recursos valiosos da empresa. Todo gerente deveria, portanto, considerar a seguinte questão: que conhecimento relevante falta ao cliente — e qual a melhor maneira de supri-lo? Em vez de serem candidatos ao abandono, certos clientes talvez precisem apenas aprender a usar melhor seus produtos e serviços e a interagir com representantes da empresa de modo mais eficaz. Vejamos o ocorrido na Fidelity Investments. Anos atrás, a organização de serviços financeiros identificou um grupo de clientes com baixas margens cujo volume de ligações para a firma em busca de auxílio era elevado. Em vez de cortar o vínculo com esses clientes, a Fidelity tentou instruí-los sobre outras opções para a resolução dos problemas — alternativas de custo menor. Representantes do call center da firma ensinaram esses clientes a usar o sistema automatizado de atendimento e o website. Se ainda assim a pessoa quisesse falar com um atendente, o sistema telefônico a identificava e a transferia para uma fila de espera mais longa.

No espaço B2B, educar o cliente que não dá lucro costuma ser mais viável do que no espaço B2C. Uma fabricante de equipamentos médicos que estudamos, por exemplo, viu que estava gastando muito tempo, dinheiro e talento em visitas a hospitais e a agências de saúde para solucionar problemas surgidos quando um cliente usava incorretamente a interface do computador. A maioria das ligações ao atendimento era feita por médicos que não sabiam operar bem o aparelho. A empresa ofereceu sessões de treinamento a todos e, com isso, ajudou esses usuários a aumentar sua produtividade e, ao mesmo tempo, a rentabilidade do relacionamento de negócios.

Uma clientela instruída é menos propensa a culpar a empresa caso o relacionamento se dissolva. Com efeito, ao trocar informações sobre a relação propriamente dita, a empresa pode administrar melhor eventuais imputações e reações de clientes. Em geral, é mais fácil trocar esse tipo de informação no ambiente B2B do que no B2C, pois se o cliente é uma empresa é mais provável que entenda as implicações do relacionamento para custos, receita e rentabilidade. Executivos da empresa de serviços financeiros que estudamos, por exemplo, nos disseram que é comum informarem logo de cara — ainda na fase de negociação — como, exatamente, aquele cliente vai gerar valor para a empresa. E o que, exatamente, faria com que a balança saísse da zona da rentabilidade. Um cliente é informado, por exemplo, sobre o saldo mínimo que precisa manter em cada categoria de investimento para que a firma o atenda de maneira rentável.

Renegocie (e não apenas comunique) a proposta de valor. A renegociação é um subproduto dos processos de reavaliação e educação e é particularmente atraente em mercados nos quais a empresa pode trabalhar com estratégias de preço e serviço distintas para cada subconjunto de clientes sem afetar, com isso, o relacionamento com outros clientes. Corretoras de valores e administradoras de fundos de investimento como Charles Schwab e Fidelity, por exemplo, podem cobrar taxas mais altas de clientes que realizam menos transações ou mantêm um saldo menor em conta.

A grande meta dessa parte do esquema é fazer com que executivos envolvam explicitamente o cliente — seja B2B, seja B2C — num diálogo sobre a proposta de valor. Todo executivo precisa considerar as seguintes questões: estamos realmente negociando com o cliente ou simplesmente dando ordens? Incluímos, no preço final, todos os benefícios secundários e terciários que damos ao cliente? Nossos clientes estão cientes da proposta total de valor que oferecemos? Foi justamente esse tipo de pergunta que o conglomerado americano de serviços alimentícios Aramark se fez quando faltava pouco para vencer um longo contrato com uma universidade americana, a Duke University. Segundo relatos de caráter público, a Aramark decidiu não participar da licitação do contrato por considerar injustificáveis as exigências do cliente. No final, resolveu desistir da conta. Essa decisão, contudo, veio depois de meses de discussão com dirigentes da universidade sobre as questões levantadas pelo comitê da instituição responsável pelo refeitório, como rotatividade de gerentes e a qualidade e o sortimento da comida.

Renegociações em mercados B2B em geral envolvem prazos longos e avaliações exaustivas de todos os aspectos do relacionamento. Com efeito, em vez de se ater apenas à receita do produto, certas empresas oferecem níveis variados de suporte técnico. Estudamos, por exemplo, uma fornecedora de matrizes comerciais para maquinário pesado que passara a cobrar mais de certos clientes deficitários pelo suporte no local como parte de uma estrutura de preços renegociada. O que poderia ter sido uma óbvia situação de abandono do cliente virou um cenário bom para ambos — para a empresa e para aqueles clientes.

Transfira o cliente. Quando discutir com cada cliente a melhor maneira de alterar a proposta de valor não é uma saída realista (como costuma ocorrer com clientes B2C), ou quando uma discussão dessas com um cliente B2B não surte efeito, a empresa pode reconfigurar de modo unilateral o relacionamento com o cliente. Pode, especificamente, transferir o cliente para outros canais, outras formas de pagamento ou até outras subsidiárias ou provedoras (de novo, é aqui que iniciativas anteriores para educar o cliente sobre a perspectiva da empresa podem dar retorno). Entre as perguntas relevantes a se fazer estão: que produtos ou serviços já disponíveis seriam mais adequados a esse cliente? O cliente está disposto a migrar?

Em 2006, a empresa de TV via satélite EchoStar criou uma opção de serviço pré-pago para clientes B2C com histórico de crédito ruim. Ou seja, transferiu todos para uma forma distinta de pagamento. Escritórios de advocacia e firmas de auditoria repassam o grosso do trabalho envolvendo clientes B2B menores a profissionais menos experientes; os sócios fazem apenas um exame superficial, para ver se está tudo certo. A idéia geral de todas essas estratégias de migração não é abrir um diálogo com o cliente para mudar o valor gerado em ambos os lados, como na fase de renegociação; é, simplesmente, persuadir o cliente a usar um nível de serviço totalmente reconfigurado — e que seja compatível com o presente valor que traz para a empresa.

Certas empresas prestarão todo auxílio possível ao cliente abandonado na hora da transição para uma empresa distinta — em geral uma parceira, às vezes uma concorrente. Com isso, não estão apenas se livrando do cliente problemático: seu esforço adicional pode ajudar a mitigar a reação negativa e o temor do cliente em relação à migração para outra provedora do serviço. A parceira ou a concorrente talvez tenha uma estrutura de custos que permita um atendimento melhor ao cliente abandonado. Em geral, a colaboração com uma parceira é uma opção sensata para a empresa que descarta clientes. Uma grande firma de pesquisa de mercado que estudamos, por exemplo, repassa projetos de escala reduzida para parceiras menores, especializadas, com estrutura de custos inferior — adequada a projetos dessa escala. Já uma firma menor que careça de recursos para um projeto de grande porte pode se aliar a uma parceira maior ou, simplesmente, repassar o projeto para a firma grande.

Encerre a relação com o cliente. Se depois de testadas todas as alternativas anteriores ainda não houver esperança de que novas transações venham a gerar valor suficiente para ambas as partes, a empresa deve encerrar o relacionamento com o cliente. Deve, porém, comunicar o fato de um jeito que minimize as conseqüências negativas para ela própria, a empresa. As possibilidades são muitas, e dependem do cliente. Cerca de 90% dos gerentes que entrevistamos em ambientes B2B disseram adotar métodos diretos, interpessoais, para comunicar a decisão. Começam cedo, meses antes da data prevista para a renegociação do contrato, explicando o que a empresa enxerga como valor e pedindo uma relação mais equilibrada no futuro. O segredo é levar o cliente a encarar essas discussões — e até o próprio fim da relação — como mutuamente benéficas.

A situação pode ser muito distinta em cenários B2C. Em nossa pesquisa, 80% dos clientes abandonados disseram se sentir revoltados, frustrados ou constrangidos por terem sido descartados — o que é justificável. Em muitos casos, a insatisfação poderia muito bem ter sido mitigada — e o inevitável boca a boca negativo, contido. Com efeito, 70% dos clientes descartados em cenários B2C não receberam nenhum aviso prévio da empresa que encerrava a relação. Além disso, cerca de metade dos que foram previamente notificados foram informados por correio, não pessoalmente ou por um telefonema. Entre os consumidores que entrevistamos, a grande maioria preferia ter sido comunicada por alguém de carne e osso, ainda que por telefone.

Outro estudo que fizemos recentemente sugere que o consumidor examina com muita atenção os motivos pelos quais está sendo abandonado e, à luz deles, calcula de quem é a culpa — da empresa em si ou de fatores externos. Um cliente que julgava estar sendo descartado porque a empresa vinha sofrendo pressão competitiva para alterar sua estratégia, digamos, era menos inclinado a se revoltar com o abandono do que o cliente que achava que a empresa o descartara apenas para engordar seu lucro.

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A relação entre uma empresa e seus clientes — complexa e em constante evolução — requer uma gestão ativa. Um cliente não é uma commodity que pode ser comprada ou descartada como a empresa bem entender. Merece mais do que uma decisão simplista da gerência entre mantê-lo e descartá-lo. Aqui, há muitas saídas intermediárias — e nosso arcabouço é um método lógico para explorar essas possibilidades. Embora seja uma saída estratégica viável, o abandono de clientes deve ser exercido de modo parcimonioso, criterioso, cauteloso. A base de clientes, ainda que não seja rentável, não é um recurso que a empresa pode desperdiçar.

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Vikas Mittal  é titular da cátedra J. Hugh Liedtke Professor of Management and Marketing na Jones Graduate School of Management (Rice University), no Texas, nos EUA. Matthew Sarkees  é professor assistente de marketing da Great Valley School of Graduate Professional Studies (Penn State University), na Pensilvânia. Feisal Murshed  é professor assistente de marketing e e-business da College of Business and Economics (Towson University), no estado americano de Maryland.

A CÁPSULA DO TEMPO

PROGRAMA "FANTÁSTICO", REDE GLOBO, 20.06.2010

Dez anos atrás, um grupo de jovens fez esse exercício de "prever" o futuro. Será que tudo o que eles esperavam virou realidade?

No ano 2000, um grupo de adolescentes com 14 e 15 anos estavam cheios de sonhos para o futuro. O psicólogo Caio Feijó, na época, professor da turma, pediu que os alunos escrevessem como imaginavam que estaria o mundo e a vida deles dali a 10 anos.

Os envelopes foram colocados em uma caixa, uma cápsula do tempo, programada para ser aberta apenas em 2010.

Dez anos depois, chegou o momento de abrir a cápsula do tempo. O grupo marcou um encontro em um teatro. O que será que aconteceu com todas aquelas certezas, típicas de adolescentes que eles tinham nos anos 2000? Vamos ver.

“Eu não lembrava de nada. Eu não lembrava que nem existia cápsula”, conta o empresário Vinícius Coelho. “Todos os anos, eu lembrava: faltam nove anos, oito anos”, diz a advogada Paula Fernandez.

O encontro começa com uma projeção do vídeo gravado dez anos atrás. E chega a hora de abrir a caixa do tempo. “Era internet de escada. Não podia ficar muito tempo”, afirma a nutricionista Flávia Cavassim.

“Antigamente, para nós fazermos os trabalhos escolares, nós tínhamos que marcar para ir a uma biblioteca para você buscar o livro”, lembra o representante Marcelo Sartório.

Dentro dos envelopes, eles encontram desde embalagem de bala de coco até fotos do ator Leonardo DiCaprio e dos Backstreet Boys.

“No futuro, eu pretendo montar uma banda e fazer muito sucesso”, o engenheiro Fernando Borotta lê a carta que escreveu na época. “Hoje, eu toco só um violãozinho”.

“Eu queria ser jornalista e acabei mudando e fazendo Direito”, revela a advogada Angélica Ruiz. “Eu pensava que em dez anos que eu ia estar rica, com carro”, conta a enfermeira Thatielle Orlando.

“Eu sonho em ser jogador de futebol profissional”, o engenheiro Ricardo Trevisan lê a carta que escreveu em 2000. “Minha grande paixão é sapatear. Me sinto completamente realizada quando danço”, diz a carta da advogada e professora de dança Tharine Vieira. E ela conta que dança e dá aula todos os dias.

Para alguns, o reencontro com o passado foi difícil. “Não consigo nem enxergar o que escrevi. Eu falei que gostava muito dos meus pais, e a minha mãe faleceu”, se emociona a advogada Helise Dietrich. “O adolescente não dá tanto valor à família. Se eu pudesse, eu teria passado mais tempo com ela. Não teria tanto falando em Backstreet Boys, teria mais dela”.

“Eles descobriram que a família tem uma importância. Quando você tem 14 anos, você não dá o devido valor a essa importância”, afirma o psicólogo Caio Feijó.

Eles descobriram também que o primeiro amor nem sempre é o maior de todos. “Eu tenho 99,9% de certeza que eu vou ficar com o William”, Mariana Graciano diz no vídeo gravado em 2000.

Marina casou, sim, mas com o Cristiano Blank. Ela queria ser jornalista e até se formou. “Eu decidi não trabalhar, porque ela (a filha) era muito pequena, até hoje eu paro muito para pensar o que vale mais à pena: educar bem um filho ou ter a minha vida profissional realizada?”, diz a jovem.

Foi na casa da nutricionista Flávia Cavassim que a cápsula do tempo foi fechada. “Quanta coisa mudou em dez anos. Como eu mudei, as pessoas mudaram”, diz a jovem.

Flávia não esperava estar morando com os pais. “A família também esperava que ela já tivesse casado”, brinca Edson Cavassim, pai dela.

“Quando você é adolescente, você acha que vai sair cedo de casa, porque você está acostumado a ganhar uns R$ 20, R$ 50 de mesada. Não tem essa dimensão das coisas, quanto é para manter uma casa, para manter um filho”, declara Flávia.

Estudantes do Rio de Janeiro vão repetir a experiência do pessoal de Curitiba. No final, tudo o que eles escreveram vai para a cápsula do tempo do Fantástico.

“As pessoas no mundo de 2020 vão estar mais preocupadas com o meio ambiente”, aposta Lorena Resende, de 14 anos. “Vai ser tudo controlado pela tecnologia”, afirma Marcelo de Magalhães, de 14 anos.

“A televisão já vai ter cheiro”, acredita Natasha Gomes, de 15 anos. “As roupas no futuro vão ser descartáveis para poder economizar mais água. Você vai usar e vai jogar fora”, diz Oscar Gonçalves, de 14 anos.

O pessoal também separou fotos, cartinhas, hino de time de futebol e até um celular. “Eu vou botar um negócio importante na cápsula do tempo, para ver se vai ter tanta importância, para ver o que mudou”, declara Letícia de Carvalho, de 14 anos.

Pronto, cápsula lacrada. Então, até 2020.

A MATEMÁTICA DA AUTOESTIMA

Artigo publicado no JL - Jornal de Londrina, em 21/06/2010, na coluna Profissão Atitude.


ABRAHAM SHAPIRO

Uma das teorias sobre o cálculo da autoestima propõe um binômio da seguinte forma: AUTOESTIMA=(SUCESSO)/(PRETENSÃO).

Trata-se de uma divisão. O ideal é que o resultado seja próximo de 1 para que corresponda a 100%. Se você tem algum sucesso, porém pretensões mais elevadas, sua autoestima será menor que 1, e será baixa.

Suponha que você tenha um ótimo trabalho, seja um bom pai – ou mãe –, viva a vida com saúde e atinja objetivos constantes. Se as suas pretensões forem o dobro deste sucesso, sua autoestima assumirá o valor de 50%. O fato é que você não estaria enxergando o sucesso que já possui, mas apenas o que ainda pretende ter. Sua visão, neste caso, não é realista, pois você impõe uma pretensão grande demais sobre si. Por outro lado, se as suas pretensões fossem proporcionais ao sucesso real que você obtém, sua autoestima estaria equilibrada.

Diferente do que muitos pensam ou sentem, o mundo de hoje nos bombardeia o tempo todo com pensamentos negativos a respeito de nós próprios. Tudo à nossa volta busca causar o aumento vertiginoso das pretensões individuais de cada um. Este é o recurso da propaganda para despertar o desejo de tudo em todos.

Um caso emblemático comprova isto. Em 1959, a indústria Matel de brinquedos comercializou pela primeira vez a boneca Barbie. Em cincoenta e um anos de existência são quase 1,2 bilhões de exemplares vendidos. As medidas com que esta boneca foi construída – e mantêm-se até hoje – são inumanas. Quando se projetam suas dimensões para a escala de uma mulher com 1,70 m de altura, constata-se que sua cintura, busto etc seriam incompatíveis com qualquer ser humano.

Coisas como esta semearam estigmas nas populações durante décadas. Aos poucos, as pessoas desenvolveram baixa autoestima por não terem o corpo ideal ditado pela Barbie. Frustradas, elas passaram a pensar: “Não sou ideal”, “Sou um defeito”, “Minha constituição física é incompetente”.

Quer mais? Há 25 anos, uma top model tinha seu peso 8% menor que a média das mulheres normais. Hoje, este número já chega a 25% sobre a mesma base de peso. Se existem oito ou dez top models internacionais desfilando para as grandes grifes da moda em todo o mundo, como será possível que quase três bilhões de mulheres pretendam mirar-se nelas como protótipo do corpo de seus sonhos?

Nossa tendência diante de tudo é a distorção. Caminhamos para a mais negativa das visões, e a prova está na epidemia de declarações degradantes, do tipo: “Você é um funcionário incompetente”, “Você é incompetente no sexo”, “Você é horrível”. O que isto produz? Venda garantida de botox, silicone, peelings e outros efeitos especiais. E junto disso: drogas de todos os tipos a preços bastante acessíveis, para todas as classes.

Visão de sucesso nula. Pretensões estelares. Resultado desta conta: autoestima no chão. Se não estivermos assim, já estamos bem próximos disso.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

REDUZA A EXPECTATIVA NA CONTRATAÇÃO

ABRAHAM SHAPIRO

Tenho visto um erro repetir-se nas empresas. Você, que me lê, tem agora a chance de corrigi-lo.

Não desperte expectativas demais numa pessoa em processo de seleção ou contratação para um cargo. Evite pintar a empresa com excesso de cores citando perspectivas como forma de exaltar sua grandeza. A razão é simples: tudo o que é muito celebrado raramente preenche a grande expectativa. O real nunca pode alcançar o imaginado. Imaginar perfeições é fácil. Difícil é consegui-las.

Quando a imaginação se une à vontade, nascem coisas sempre muito melhores do que de fato são. E por maior que seja a capacidade, ela nunca será suficiente para satisfazer o preestabelecido.

Qualquer um que for enganado pela expectativa exagerada é levado mais rapidamente à decepção do que à admiração. Isto é mau, especialmente na hora em que o funcionário está entrando na empresa.

Acontece especialmente em empresas grandes localizadas em cidades médias ou pequenas. As pessoas sonham durante anos em trabalhar ali, e quando têm oportunidade a abraçam como se fosse possível fazer a mais fantástica carreira. Na primeira semana de integração recebem alta densidade de boas informações. Mas o dia a dia inverte a polaridade das coisas, e o que antes era otimismo leve e doce, dá lugar para a realidade pesada e amarga. É quando elas veem que não existem as possibilidades de crescimento de função ou de salário que elas imaginavam. E assim se desiludem.

A esperança é uma grande falsária da verdade. E isto só se corrige com o bom senso e a oportunidade clara de usofruto dos reais benefícios. Na prática, não antecipe sensações ou interpretações positivas. A dose inicial de crédito deve servir apenas para despertar a curiosidade do contratado, e não para supervalorizar os pontos da empresa - sejam quais forem.

É sempre muito melhor que a realidade supere as expectativas e algo se revele melhor do que imaginamos a principio. O correto, no começo, é pintar o cenário um pouco mais pessimista do que realmente é, pois assim, ao conhecer a realidade, aplaude-se. Só assim o que se temia como desvantagem passa a ficar muito bom.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

18 de jun. de 2010

EM GERÊNCIA, AS COISAS NUNCA SÃO COMO PARECEM

ABRAHAM SHAPIRO

Imagine um extraterrestre com um incrível telescópio observando a terra. Ele vê uma cena a seus olhos trágica e sangrenta: uma mulher em um quarto de hospital rodeada por enfermeiras e um médico. Ela parece estar morrendo de dor. Ele pensa: "O que estará acontecendo?". Outro extraterrestre, mais bem informado – um especialista em terráqueos – olha no telescópio e diz: "Ah, não é nada do que você está imaginando. Isto é apenas o modo como os terráqueas se reproduzem. É impressionante como os humanos existem. Nós, ET´s, poderíamos até pensar que após a primeira geração nenhum deles estivesse disposto a sofrer tanto. Mas, a população da Terra só cresce”.

Um dos nossos maiores obstáculos ao entendimento pleno de qualquer situação é a facilidade com que criamos suposições antecipadas, contando com informações incompletas ou parciais.

Toda e qualquer situação a ser julgada exige conhecimento de todas as facetas envolvidas. Quando não é possível saber, o melhor é não julgar e não emitir conclusões.

Profissionalismo, por exemplo, é um atributo que não pode ser julgado pela aparência ou por diplomas. Algumas pessoas parecem muito profissionais, falam como grandes conhecedoras,  mas na prática não resolvem nada. Elas estão apenas estrelando um teatro mental cujo contexto se resume em: "Tenha um diploma e use algumas palavras chaves que todos lhe pagarão um bom salário”. Por outro lado, um funcionário pode estar desempenhando seu papel muito acima do que se espera dele, e nem você e nem ninguém jamais chegou a considerá-lo um bom profissional ou emitiu um simples elogio.

Muitas e muitas vezes as coisas não são como parecem. Um ar-condicionado  eficiente e que proporciona ar fresco e conforto a um ambiente, visto do lado de dentro, pode parecer um aquecedor soltando ar quente, visto do lado de fora. Só após conhecer o seu funcionamento nos muitos detalhes é que tona-se possível falar a respeito, fazer comentários, dar ideias sobre o uso etc.

Lembre-se disso ao gerir sua empresa.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

17 de jun. de 2010

BRAINSTORMING

ABRAHAM SHAPIRO

Brainstorming, em português: "tempestade cerebral", é uma atividade para explorar a potencialidade criativa de um grupo de pessoas a serviço de objetivos pré-determinados.

Já vi pessoas mencionarem Brainstorming como “chuva de palpites”. Esta é uma forma bastante distante do verdadeiro conceito, já que ele é muito mais que isso.

De modo simples, o Brainstorming é um bate-papo direcionado, que pode favorecer ou não o surgimento de ideias novas, que ajudem na solução de uma determinada situação. Sua premissa básica é a ausência de julgamentos ou de autocríticas. A princípio, vale tudo. Mas exige condução de uma pessoa experiente e que consiga convergência.

Foi criado nos anos 1960 por Alex Osborn, publicitário norte americano, já falecido.

A técnica de brainstorming propõe que um grupo de duas até dez pessoas, no máximo, se reúnam e se utilizem das diferenças em seus pensamentos e ideias para chegar a um denominador comum eficaz e com qualidade, gerando como resultado inovações ou a solução de um problema ou projeto.

Nenhuma ideia é descartada ou julgada como errada ou absurda, mas ouvidas e registradas num esquema escrito.

Um autêntico e funcional brainstorming só acontecerá se forem rigorosamente observados quatro pontos. Em primeiro: produzir o maior número de ideias possíveis. Segundo: Produzir ideias loucas e mirabolantes. Terceiro: Todos trabalharem nas ideias uns dos outros. E quarto: Evitar julgar negativamente as ideias ou rejeitá-las por preconceito.

Estes quatro fundamentos fazem do brainstorming  uma das ferramentas mais utilizadas para produzir rumos que futuramente poderão se tornar as grandes novidades.

Se você sente que é de um brainstorming que sua equipe está precisando, comece agora mesmo a fazer uma pesquisa no Google a respeito. É sempre bom aprender um pouco antes de viver qualquer primeira experiência.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

16 de jun. de 2010

DOM E TALENTO

ABRAHAM SHAPIRO

Dom é uma palavra que vem do latim donu. Significa dádiva, presente. Um dom, é uma capacidade especial inata. Na prática, um dom é um potencial para desempenhar com certa facilidade determinadas tarefas que são complexas para a maioria das pessoas. Isto explica o fato de algumas crianças desenharem bem, outras tocarem um instrumento musical com desenvoltura ou conseguir aprender com facilidade os números ou trabalhos manuais.

Um ponto importante é saber que um dom não é a condição suficiente para caracterizar um gênio. Qualquer indivíduo pode ter um dom. Já um gênio tem, sim, um dom, mas há na genialidade algo mais que a ciência ainda não explica. Portanto, ao citar Beethoven, Mozart, Leonardo da Vinci ou Pelé como exemplos de pessoas que tivereram um dom especial, não poderemos excluir o Zé Carlos - que descobre em poucos segundos qualquer problema de um carro, e o conserta como ninguém; ou a Dona Silvia – que faz maravilhas na cozinha.

E o que é talento? O talento pode até parecer com o dom na sua essência, mas a origem é diferente.

Ao contrário do dom, um talento é uma propensão ou gosto que pode ser desenvolvido. Mesmo que exista algum componente no DNA, qualquer talento depende de três atitudes diferentes e convictas para atingir sua plenitude:

1. Treinar muito.

2. Disciplina: olhe para os atletas, por exemplo.

3. Perseverança: ser insistente e constante em busca por resultados.

Isto só confirma aquela ideia de que talento é 1% inspiração e 99% transpiração.

Finalmente, resta falar daqueles que têm dom, mas não talento. Estes são os desperdiçados, os que não tiveram oportunidade de ser lapidados. E há ainda os desligados, aqueles que, mesmo tendo tido chance, nunca se esforçaram suficientemente para se desenvolver. Deles é que se ouvem dizer: “D-us dá asas para quem não quer voar”.

E a sorte? Como fica em meio a isso tudo? É o que disse Tomas Jefferson, um dos primeiros presidentes dos Estados Unidos: “Eu acredito muito na sorte. Quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho”. O que equivale a dizer tendo um dom maravilhoso ou um talento exímio, qualquer inspiração sem a devida dose de transpiração, de nada vale.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

15 de jun. de 2010

O QUE DEVIA SER




É função do gestor – chefe, encarregado, coordenador, etc – certificar-se de que seus subordinados saibam o que devem fazer, como fazer e o que ele considera ser um bom desempenho, isto é, os padrões de desempenho que são esperados.

Um gerente deve ser treinado para querer que os seus subordinados tenham sucesso.

Assim, flagrar o funcionário fazendo coisas certas e ressaltar é tão importante quanto saber repreendê-lo. 


 dignidade e o valor do subordinado precisam ser preservados no momento da repreensão. Uma vez que ele, como pessoa, não vai a julgamento, não sente que tem que defender-se. Só o comportamento é que deve ser repreendido. A repreensão prende-se a uma atitude específica, e não aos seus sentimentos sobre si mesmo como ser humano.




TRISTE


As empresas precisam parar de falar em liderança e desenvolver treinamentos básicos sobre como gerir recursos, produtividade e, indispensavelmente, pessoas. A troco de “liderança” há consultorias demais levando bla-bla-bla em excesso para o ambiente corporativo. Como resultado, obtém-se um estado efêmero de algo a que chamam “motivação”, mas nada de prático e aplicável.

LAMENTÁVEL


TEXTO DO DIA

Na maioria das empresas, quando você pergunta às pessoas o que elas fazem e daí faz a mesma pergunta aos seus chefes, você obtém duas listas de respostas diferentes. Na verdade, muitas vezes se aquilo que o funcionário pensa ser suas responsabilidades for o mesmo que seu chefe pensa, isso é pura coincidência. Depois, o funcionário mete-se numa enrascada por não fazer o que nem ele mesmo sabe que é sua função.

CONCESSÕES EM MEIO A NEGOCIAÇÕES

ABRAHAM SHAPIRO

Todas as negociações são importantes, mas a atual é sempre a mais importante.

Bem perto de ver o negócio fechado, seu cliente começa a fazer pressão por descontos, prazos de pagamento, parcelamento, o que for. O que ele pede ou até impõe pode ser aceitável, e você vê que dá para fechar o negócio nestas condições. A pergunta é: você deve ceder?

Eu sei que sua primeira vontade é concordar o mais rápido para resolver logo a questão, e minimizar os riscos de algo dar errado. Porém, nem sempre esta é a reação adequada. Ao concordar imediatamente surge o risco da outra parte entender que poderia pedir mais e, certamente, irá pedir, colocando você em “saia justa".

Entretanto, ao invés de concordar imediatamente, lembre-se do pensamento do Brian Clegg: “Diga sim, mas não logo de início”.

Antes do "sim", valorize muito bem as condições propostas por você para, somente depois, abrir alguma concessão, porém não sem uma boa justificativa e, além de tudo, atrelando sua concessão a algum ganho, um benefício que lhe ajude agora ou no futuro. Você necessita de informações úteis que lhe ajudem a fortalecer seus argumentos. Não entre “de gaiato” sem conhecimentos mínimos, pois estará se arriscando demais.

Explore bem todas as oportunidades possíveis: ajuste a proposta inicial, revise os serviços propostos, investigue as razões verdadeiras do pedido de desconto, para, somente então, abrir parte das concessões pedidas.

Caso necessário seja um acordo, não o faça sem considerar um limite, ou seja, um ponto de equilíbrio. E se isto envolver concessões, tenha uma segunda alternativa, um plano B que sirva como saída honrosa para que você não fique como “o doador bonzinho” ou “o bobo da corte”.

Finalmente, se você é muito prolixo, treine para falar comedidamente. Evite começar a falar se não tiver algo relevante a dizer. As negociações em geral são demoradas por natureza. Não seja você a atrasá-las ainda mais por uma falha pessoal.

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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473