31 de mar. de 2009

UM CONCEITO SIMPLIFICADO DE ESTRATÉGIA

ABRAHAM SHAPIRO

Qual é o conceito de estratégia? É a definição de como recursos serão alocados para se atingir determinado objetivo.

Ficou claro? O planejamento de como aplicar recursos para se atingir uma meta é estratégia.

Partindo da área militar, a estratégia passou a fazer parte nos negócios.

Mas aqui vai a primeira ressalva do uso deste conceito: considera-se que apenas fazer o que outros fazem, mas com maior eficácia operacional, não é propriamente ter uma estratégia. Está implícito no conceito que, para se ter uma estratégia, é preciso atuar de forma diferente, com inteligência e planejamento.

Michael Porter é um dos grandes teóricos da área de Estratégia Corporativa. Ele diz que “muitos erros de estratégia empresarial ocorrem por culpa da própria organização”. Ou seja, os principais erros estratégicos são de caráter interno à organização. A empresa pretende ser a melhor do seu setor ou a melhor do mercado, mas esquece-se que isso é um pensamento destrutivo se não for dotado das devidas ressalvas.

Dois grandes estudiosos: Chan Kim e Renée Mauborgne, no livro “A estratégia Oceano Azul” cuidam exatamente destas condições. Segundo eles, um produto deve estar posicionado no mercado de forma a tornar a concorrência irrelevante. Não se deve guerrear contra a concorrência, mas sim torná-la desprezível. As empresas devem lutar por um mercado diferenciador e não pela concorrência direta, a que os autores denominam de “Oceano Vermelho”.

Se você ainda não leu, chegou a hora: A estratégia do oceano Azul. Está aí uma excelente proposta.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Tem resultados na interação entre as áreas de vendas e marketing. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

30 de mar. de 2009

O EXERCÍCIO DE SER COERENTE

ABRAHAM SHAPIRO

Harmonia e conexão entre idéias, agir de modo concordante com as crenças, são exemplos de uma virtude chamada coerência.

Ser coerente é de crucial importância para a liderança. No entanto, a vida moderna exige tamanha volubilidade e adaptação das pessoas a vários ambientes e situações diferentes que a necessidade de desempenhar vários papéis facilita o despertar de múltiplas identidades. Isto chega ao ponto do indivíduo ter uma identidade junto à família, outra com os colegas de trabalho, outra com os seus subordinados, outra no que concerne à religião, e assim por diante.

Você consegue manter a mesma identidade em todas as horas de cada dia?

Não se trata de idade ou maturidade, mas de como estamos conduzindo a nossa relação pessoal com a avalanche de novos conceitos introduzidos ao longo das últimas décadas. E não é só. Quantas mudanças políticas e sociais uma pessoa de trinta a quarenta anos já viveu? Manter a coerência diante de tantas transformações é realmente difícil.

Na prática, a coerência é desenvolvida a partir do autocontrole, o que requer disciplina. Alguém pega a nossa vaga no estacionamento e, ao invés de partir para cima dele e fazer o que manda nosso instinto, suprimimos este sentimento em função de nossos princípios.

Como vemos, ter bons princípios não é bastante. É a atitude de colocá-los em prática que nos faz coerentes.

Ser coerente é uma “moto perpétuo” de vigilância e exercício. É como desenvolver músculos. Boa vontade, apenas, fará muito pouco. Mas coragem e persistência – nas quatro estações, de noite e de dia, sendo rico ou pobre – isto sim é que faz uma vida coerente.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Tem resultados na interação entre as áreas de vendas e marketing. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

27 de mar. de 2009

TECNOLOGIA - TER POR TER É UM ENGANO

ABRAHAM SHAPIRO

Tentar resolver as falhas de desempenho de trabalho com tecnologia é ilusão. Não há nenhuma razão para acreditar que tecnologia solucione problemas que você ou outras pessoas apresentam no exercício de suas funções.

Se você não gosta de estudar, o computador não irá resolver isto.

Se você não é organizado, o computador não irá lhe ajudar.

Se você é um péssimo gerente e jamais sequer abriu um livro referência da área, o computador só irá piorar a visão de que você tanto carece.

E sabe o que mais? A maior parte das vezes a complexidade das tarefas e até as despesas só aumentam. Criam-se ainda mais dificuldades.

O computador jamais deve entrar onde as tarefas já não estejam perfeitamente dominadas no nível manual.

Se há um problema, o que pode ser feito? Primeiro: diagnosticá-lo. Depois conhecer suas causas reais. Em casos específicos de desempenho, reúna toda informação possível e avalie se a tecnologia será ou não um facilitador. Muitas vezes, um mau desempenho está relacionado com problemas humanos ou de comportamento. Tenha certeza de que nestes casos, a tecnologia só complica ainda mais a situação.

Uma advertência adicional: ser um usuário excessivo da tecnologia – só pela tecnologia – é outra falha gravíssima. Se bem que seja útil ter uma imagem “pró-tecnologia” nos meios sociais de hoje em dia, essa atitude desmedida pode interferir negativamente em crenças importantes e levar a pessoa a adotar tecnologia que pouco ou nada a ajude em seu trabalho ou mesmo na vida.

Tecnologia é o tipo de coisa que ter por ter só encarece e engana. Assim, ajuste suas convicções à realidade antes de apenas acreditar no que todo mundo diz sem refletir.
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26 de mar. de 2009

O DIFERENCIADOR CHAVE DE QUALQUER NEGÓCIO

ABRAHAM SHAPIRO

Numa época de crise como agora, empresários de visão estão aproveitando para solidificar idéias e estratégias em seus negócios.

Um empresário com muito, mas muito dinheiro, perguntou-me como ele poderia se diferenciar dos seus concorrentes.

Eu apresentei a ele minha visão partindo do time de vendas. Disse a ele que todos os vendedores estão geralmente enganados. Sim, enganados - frisei. A razão? Eles acreditam que os produtos que vendem são os melhores, e que cada cliente perceberá isto... Eles estão errados.

Com base nesta informação posso, então, proclamar que o primeiro diferenciador chave de qualquer negócio é o próprio vendedor.

Como é possível fazer esta diferenciação? Um vendedor se diferencia dos outros pelas perguntas que faz, pelas idéias que transmite em sua apresentação do produto ou serviço e pela forma como se comunica.

Vai aqui um recado para quem atua diretamente em vendas nesta época de crise:

"Você se diferencia dos outros sendo mais preparado que os demais - mais envolvente; fazendo perguntas melhores; tendo crenças estabelecidas e provadas; oferecendo mais valor que seja percebido; tendo mais idéias práticas que solucionem problemas reais; comunicando-se melhor e sendo mais entusiasmado do que os vendedores concorrentes.

A realidade é que a maioria dos produtos são considerados iguais, a maioria das empresas são consideradas iguais e a maioria dos vendedores são considerados iguais.

Se você quer fazer a diferença, pense nas perguntas que você faz e que seu concorrente não faz. Você traz soluções? Ou você nem faz idéia dos problemas que seus clientes têm? São as idéias que você traz para a apresentação de vendas que fazem o cliente dizer “Uau” .... ou pelo menos pensar.

Lembre-se: o diferenciador chave é você!"
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25 de mar. de 2009

POR OCASIÃO DO CENTENÁRIO DE "A ORIGEM DAS ESPÉCIES", DE CHARLES DARWIN

ABRAHAM SHAPIRO

Recebi o texto abaixo do querido amigo Ricardo R. Baggio, profissional da área de Recursos Humanos, em Londrina, Pr, concernente à Teoria da Evolução de Charles Darwin que, neste ano, completa um século no mundo científico.

"A revista Veja de 24 de Maio de 2006 traz um artigo sobre os olhos afirmando o seguinte:

O olho tem uma estrutura tão engenhosa que é usada por correntes religiosas como argumento contra a teoria da evolução de Charles Darwin. Os adeptos do criacionismo consideram que um órgão composto por várias partes que funcionam de forma tão sincronizada só possa ser produto divino.

A visão é resultado de um complexo jogo mecânico em que a córnea e o cristalino desviam os raios luminosos que chegam ao olho para centralizá-los sobre a retina. Na retaguarda, vários músculos atuam em conjunto, estimulados por nervos cranianos, para mover os olhos em todas as direções.

Parece que não somente os criacionistas se sentem incomodados em aceitar que os olhos são produtos da evolução. Darwin também se sentiu. O Dr. Richard E. Leakey afirma em sua introdução do livro de Charles Darwin, A Origem das Espécies:

'Darwin confessou, em 1860, ao naturalista americano Asa Gray que o olho lhe provocava arrepios, mas quando ele pensava nas ótimas graduações conhecidas, a razão lhe dizia para dominar o arrepio' (LEAKEY, 1996, pág. 20)."


Obrigado pela valorosa contribuição, Ricardo. Faz pensar.
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24 de mar. de 2009

TÉCNICA DE VENDA - COM HUMOR

ABRAHAM SHAPIRO

Um padre estava distribuindo Bíblias para as pessoas venderem e ajudarem na reforma da igreja. De repente, chega um gago oferecendo seus serviços:

- Pa... pa... padre, eu ga... go... gosta... taria de aju... ju... da... dar a ve... ve... nder bi... bi... bíblias!

Comovido com a tentativa de colaborar, o padre deu um lote de Bíblias para o gago.

No final da tarde, durante o acerto de contas, o padre ia perguntando para os colaboradores:

- Você, quanto vendeu?

- Vendi duas.

- E você?

- Vendi uma.

- E você, quantas você vendeu? - perguntou para o gago.

- Eu va... ve... ndi tu... tudo.

- Tudo?! - espantou-se o padre - Mas como?

- É sa... simples: eu cha... chegava pa... pra pe... pessoa e pa... pe... pe... perguntava: o se... senhor va... vai ca... comprar a bi... bíblia ou ca... quer que... que eu leia?

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QUANDO MUDAR DE EMPREGO?

ABRAHAM SHAPIRO

“Eu deveria mudar de emprego?” Ouço esta pergunta em muitos lugares onde dou consultoria.

Hoje em dia, conhecendo o perfil médio das pessoas, eu levo comigo uma resposta padronizada, e ela é: “Torne-se o melhor onde você está, e depois vá em frente”.

Se você sair descontente, é provável que continue descontente em outro lugar. Se você sair vencedor, provavelmente será vencedor em outro lugar.

Reflita por um instante, por que você está pensando em sair. Faça uma lista das razões – grandes e pequenas.

Em minha experiência, descobri que nunca há só uma razão. Sempre há várias. Insatisfação pelas condições de trabalho; os clientes estão descontentes com o produto; o chefe é um idiota; o gerente não treina a equipe e exige resultados impossíveis; ninguém valoriza ninguém; o salário é baixo; combinam uma coisa antes, mas fazem outra depois, etc.

Se você sente-se mal, mesmo assim dê um tempo e elabore um plano bem pensado para conseguir um emprego de que você goste bastante. Trabalhar oito ou nove horas por dia num lugar ou atividade de que você não gosta seria loucura - ainda mais em tempos de crise, quando os empregos somem e o rigor da produtividade aumenta.

Em resumo, seja prático. Não jogue fora seu potencial, muito menos a sua carreira. Se for preciso mudar de emprego, faça da mudança a continuação de uma história de sucesso e de um plano bem traçado. O mais importante, sempre, é fazer algo que lhe proporcione bons sentimentos.
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23 de mar. de 2009

A EVOLUÇÃO DA ORIENTAÇÃO AO CLIENTE

ABRAHAM SHAPIRO

O mundo dos negócios passou por muitas mudanças de filosofia e de rumo. Tais mudanças foram ocasionadas em grande parte pela percepção suprema de que as organizações devem estar orientadas para o cliente. Mas, nem sempre foi esse o ponto de vista das empresas. O marketing não voltado para o consumidor teve várias fases importantes, antes do surgimento da atual postura orientada para o cliente.

O conceito de produção

Antes da Grande Depressão da década de 1930, havia u ditado comum no setor empresarial: “Construa uma ratoeira melhor, e o mundo fará fila à sua porta”. As empresas estavam basicamente orientadas para a produção. “Sabemos o que as pessoas querem – elas querem o nosso produto”, ou “Gosto deste produto, portanto os outros também gostarão” eram frases usadas com freqüência por presidentes de empresas.

Naquela época, poucas empresas contavam com um departamento de marketing, e muitas não tinham sequer um departamento de vendas formal. Um engenheiro desenvolvia um produto, o departamento de produção o fabricava, e, depois, o produto era simplesmente incluído no catálogo, ficando à espera de que pessoas o pedissem.

Produção e engenharia determinavam os objetivos e o planejamento da empresa. Os produtos eram vendidos por um preço estipulado pelos executivos de produção e finanças. Henry Ford, por exemplo, disse que os clientes podiam ter um automóvel de qualquer cor, contanto que fosse preto. O automóvel era um produto novo e empolgante, do qual os consumidores passaram a necessitar. Os americanos compravam todas as unidades que eram produzidas.

O conceito de venda

No início da década de 1940, ficou claro que a atitude e as necessidades do consumidor haviam mudado. As exigências militares da Segunda Guerra Mundial provocaram a escassez de bens e serviços. Essa carência dos tempos de guerra resultou numa maior demanda de consumo no pós-guerra.

Poucos anos depois do final da guerra, o consumidor passara a dispor de grande variedade de escolha de produtos, e as empresas perceberam que era hora de ir atrás do consumidor em vez de esperá-lo vir até elas para comprar. As empresas continuavam produzindo bens sem se preocupar muito com as necessidades do consumidor. Mas eles já admitiam que a vida pessoal e a propaganda eram métodos de venda importantes. Na era pós-guerra, as empresas concentravam-se em divulgar seus produtos, esperando que os vendedores contatassem os clientes e obtivessem os pedidos.

Os vendedores, munidos de técnicas de vendas nada sofisticadas, eram solicitados a contatar os clientes potenciais, mostrar-lhes seus produtos e tirar os pedidos. O treinamento de vendas consistia principalmente em passar conhecimento sobre o produto. Os vendedores tinham de contar com seu talento natural para desenvolver e fazer apresentações de vendas. No entanto, com o passar do tempo, as empresas descobriram que tinham de deixar de se orientar para vendas e se tornar orientadas para o mercado.

O conceito de marketing

A começar na década de 1950, o foco das atividades de vendas passou das vendas em si para o marketing. A partir do momento em que o mundo dos negócios percebeu que o marketing tinha uma importância vital para o sucesso da empresa, um pensamento empresarial inteiramente novo – uma nova filosofia – começou a se desenvolver. O conceito de marketing envolve três convicções fundamentais:

 Todo o planejamento e todas as operações da empresa devem ser orientadas para o cliente.

 A meta da empresa deve ser o volume de vendas com rentabilidade e não apenas o volume de vendas em si.

 Todas as atividades de marketing da empresa devem ser coordenadas em âmbito organizacional.

O conceito de marketing é uma filosofia segundo a qual a satisfação dos desejos dos clientes é a justificativa econômica e social para a existência de uma empresa. Conseqüentemente, todas as atividades da empresa devem se voltar para a identificação dos desejos dos clientes e para a satisfação desses desejos, de uma forma rentável.

Diferença entre venda e de marketing

Infelizmente, muita gente – incluindo alguns executivos – ainda não entende a diferença entre vendas e marketing. De fato, muitas pessoas acham que são termos sinônimos. No entanto, esses conceitos têm significados opostos. Veja a sequência, a seguir, em que estão listadas as diferenças entre os termos:

=>Vendas

1. Ênfase no produto.
2. Primeiro a empresa fabrica e depois define vendê-lo.
3. A administração é orientada para volume de vendas
4. Planejamento é de curto prazo, feito em termos dos produtos e mercados de hoje.
5. Enfatiza as necessidades da empresa vendedora.

=>Marketing

1. Ênfase nos desejos dos clientes.
2. Primeiro a empresa identifica os desejos dos clientes e depois determina como fabricar e oferecer um produto que satisfaça aqueles desejos.
3. A administração é orientada para o lucro.
4. Planejamento é de longo prazo, feito em termos de produtos novos, mercados de amanhã e crescimento futuro.
5. Enfatiza os desejos dos compradores.

Segundo o conceito de vendas, a empresa fabrica um produto e depois utiliza vários métodos de vendas para persuadir os clientes a comprá-lo. Na realidade, a empresa está forçando a demanda de consumo a se enquadrar em sua oferta. Acontece exatamente o oposto, segundo o conceito de marketing. A empresa avalia o que o cliente quer e, depois, desenvolve um produto para satisfazer aquele desejo de forma lucrativa.

Agora é a empresa que submete sua oferta aos desejos da demanda de consumo.
Para que uma empresa obtenha todos os benefícios do conceito de marketing, essa filosofia precisa ser traduzida para a ação. Isso significa que:

A. As atividades de marketing devem estar completamente coordenadas e ser bem administradas;

B. Deve-se atribuir ao diretor de marketing um papel importante no planejamento da empresa.

Produto é muito mais do que se pensa

Bem é um objeto físico que pode ser comprado. Um rádio, uma casa e um carro são exemplos de bens. Serviço é uma ação ou atividade desenvolvida para terceiros em troca de remuneração. Advogados, encanadores, consultores, motoristas de táxi e professores prestam serviços. O termo produto refere-se tanto a bens como a serviços.

Os profissionais de vendas começaram vendendo bens, passaram a vender bens e serviços, e, agora, a vender serviços com valor agregado. O valor agregado refere-se aos benefícios recebidos, os quais não estão incluídos no preço de compra daquele bem ou serviço. Um varejista pode oferecer a seus clientes serviços gratuitos de crédito, ótima localização das lojas, embalagens grátis para presente, carros-reserva e profissionais de vendas bem treinados.

É por isso que se costuma dizer que os profissionais de vendas estão vendendo mais do que meramente um bem ou um serviço. Eles vendem produtos.

O produto é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis, incluindo embalagem, cor e marca, além dos serviços e até mesmo a reputação da empresa vendedora. As pessoas compram mais que um conjunto de atributos físicos. Elas compram a satisfação de desejos, tais como o que o produto faz, sua qualidade e a imagem obtida por possuir esse produto.

Veja uma camiseta Polo - Ralph Lauren -, por exemplo. Qual é a diferença - além do preço - entre uma camiseta Polo e uma camiseta comprada em qualquer loja? Ambas se prestam à mesma função de vestir pessoas. Então por que comprar uma Polo? Para muitas pessoas, a imagem é parte importante da decisão de comprar uma camiseta Polo. Portanto, a empresa vendedora de um produto está vendendo mais do que aquilo que o produto faz para as pessoas.

Existem dois tipos gerais de produto. Os produtos de consumo são produzidos para a compra e uso pessoal por consumidores. Os produtos industriais são vendidos principalmente para uso na produção de outros produtos.

Hoje as empresas gastam muito tempo e dinheiro na criação de seus produtos. Antes de desenvolver um produto, elas pesquisam cuidadosamente o que os clientes querem. Estudam o produto e o design de sua embalagem, as marcas ou nome-fantasia, as garantias e as políticas de serviço. Em geral, os profissionais de vendas pouco opinam sobre quais produtos devem ser produzidos. Seu envolvimento na venda do produto começa depois que o produto foi produzido.
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NÃO É MÁGICA

ABRAHAM SHAPIRO

O filme “O Sucesso a Qualquer Preço”, de 1992, mostra quatro corretores de imóveis que precisam disputar entre si o melhor desempenho para conseguir manter o emprego. Os tempos estão difíceis.

Eles são fortemente pressionados pelo gerente de vendas e promete um Cadillac Eldorado para o melhor vendedor, um conjunto de facas para churrasco para o 2º colocado, e o "olho da rua" para o 3º. Não há mais lugar para fracassados ali. Quem tiver desempenho satisfatório terá acesso a uma lista de clientes potenciais para melhorar suas vendas.

O filme explora um importante ponto das crenças mais comuns de vendedores.

Certa vez, numa convenção de vendedores de seguros, o conferencista perguntou: “Quantos de vocês ficariam satisfeitos se eu lhes desse uma lista de pessoas que quisessem fazer seguro agora?” Todos levantaram a mão.

Não havia lista nenhuma. Mas todo vendedor quer que alguém lhe arrume uma lista porque acredita que isto o fará vender. Mas o que traz resultado em vendas, em uma palavra, é TRABALHAR. Em duas, TRABALHAR DURO.

Não existe varinha mágica. Não há poção que torne as vendas mais rápidas e fáceis. É só trabalho duro. "De acordo com o esforço é a recompensa", disse um sábio há dois mil anos.

Tudo bem. Você terá sorte de vez em quando. Mas quantas pessoas que você conhece estavam no lugar certo, na hora certa, e conseguiram a maior venda de suas vidas só por estarem lá? Você atribuiu isso à sorte. Eu não.

Elas estavam, sim, no lugar certo, na hora certa. Mas elas estavam preparadas!

Portanto, acrescente outra palavra à sua fórmula de sucesso em vendas: PREPARA-SE!
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22 de mar. de 2009

O CONSUMO CRESCENTE DA CLASSE BAIXA

Por Alberto Carlos Almeida, de São Paulo
Valor Online - 20/03/2009



É cada vez mais frequente a publicação de dados de pesquisas sobre o consumo da classe baixa. A publicação de tais informações é motivada pelo maior interesse das empresas que funcionam no Brasil no consumo da classe C. Trata-se de um novo interesse: o consumo da base da pirâmide social. Quando se trata da venda de bens duráveis, os automóveis são o principal exemplo: o principal objeto de estudo, análise e ações de marketing é a classe A.

Com quase 200 milhões de habitantes, aproximadamente 15% são pessoas pertencentes às classes de consumo A e B. Isso totaliza aproximadamente 30 milhões de consumidores. A maior proporção, todavia, de nossos consumidores está na classe C: 42%.

O Brasil é um país elitizado. Os estudos sobre a classe A, na melhor das hipóteses classe B, assumem um fato real. Poucos têm acesso aos principais bens de consumo de uma sociedade capitalista moderna. Automóveis, no Nordeste, quando se trata de carros zero, são vendidos basicamente nas capitais. Nossos aeroportos são todos muito pequenos. Os mais movimentados do Brasil - Congonhas, Guarulhos, e Brasília - não chegam aos pés de inúmeros aeroportos americanos e europeus. Basta vermos a malha viária que circunda os nossos aeroportos e os deles. Na Europa e nos Estados Unidos há vários trevos, rodovias, ruas e estradas, além de, muitas vezes, um eficiente serviço de trens e de metrô. Não há nada disso no Brasil.

Seria muito simples em linguagem coloquial a resposta à pergunta: quem consome nos EUA? Todo mundo, uns mais, outros menos, mas todo mundo. E quem consume no Brasil? Uma meia dúzia. Ops. Uma meia dúzia, sim, mas esse consumo vem aumentando, não porque a renda corrente das pessoas aumentou, mas por conta da capacidade de endividamento. O Brasil dos últimos três anos é o da explosão do crédito pessoal. Não foram poucos os consumidores que puderam comprar o primeiro carro em decorrência da possibilidade de obter um empréstimo.

Aqueles que antes conheciam detalhadamente o consumo da classe A passaram, em razão disso, a se interessar pelo consumo da classe C. A classe C tem dinheiro? Não muito. Na verdade, o seu poder de compra é muito menor do que as pessoas das classes do topo da pirâmide. A classe C tem condições de comprar automóveis zero? Certamente sim, mas em pequena quantidade e no longo prazo. Quando se trata da classe C, o que realmente conta é o volume, ao menos por enquanto. As empresas que se posicionarem para vender no volume poderão obter uma boa fatia desse segmento de consumidores.

Tão importante quanto isso é a chance de fincar a bandeira nesse novo terreno do mercado de consumo brasileiro. Uma possível estratégia de marketing é conquistar a fatia mais importante da classe C hoje para que no futuro, quando realmente o consumo desse segmento aumentar, a sua empresa já estar posicionada para vender mais para tais consumidores. Conquista-se hoje a lealdade daqueles que compram pouco para que no futuro, com o aumento da renda e da capacidade de endividamento desse segmento, eles passem a comparar muito.

Como isso é possível? O primeiro passo é entender a decisão de consumo das pessoas que formam a classe C. Esse passo já foi dado há muito tempo pelas empresas que vendem os assim chamados bens salário. Os supermercados estão em todo lugar e qualquer pessoa, pobre ou rica, precisa dos supermercados para sobreviver. Os fabricantes de alimentos, itens de limpeza doméstica, produtos de higiene pessoal estudam há muito tempo a classe baixa. O que é verdade para esse tipo de item de consumo, não é verdade para aqueles bens ou serviços que exigem maior disponibilidade financeira. O que falar de reformar a casa? Viagens de férias? E os próprios automóveis acima mencionados como o principal exemplo? E todos os tipos de seguro?

Não é somente na renda que a classe baixa é diferente do topo da pirâmide de consumo. A mentalidade também é diferente. As semelhanças existem. Recentemente foi divulgado, em tom de novidade, que a classe C quer ter mais bem-estar. Há de se convir que não se trata de uma conclusão por demais original. Creio que não é preciso fazer pesquisa para sustentar a afirmação de que todas as pessoas querem mais bem-estar. Umas querem isso com maior intensidade, outras com menor, mas todos querem melhorar de vida. A questão central é: os meios para melhorar de vida são os mesmos entre as diferentes classes? O aumento de bem-estar tem o mesmo significado para pobres e ricos? Se tem, como é possível alcançar esse objetivo?

Há um programa de análises e estudos a ser realizado no Brasil para o melhor entendimento do consumo da classe baixa. Grande parte da minha experiência em análises de dados de pesquisas é voltada para o consumidor de baixa renda, porém, não como consumidor, mas sim como eleitor.

Quem estuda o voto conhece a cabeça da classe baixa. O desafio é utilizar esse entendimento para compreender as decisões de consumo. Diferentemente da escolha eleitoral, a escolha do que consumir é fragmentada. Quando se escolhe um político ou um partido está se votando por um pacote de ações ou serviços. Quem votou em Fernando Henrique em 1994 porque ele tinha reduzido a inflação poderia ser contra a privatização, mas teria de tolerá-la. O mesmo Fernando Henrique que baixou a inflação realizou privatizações. Você pode ser a favor do primeiro e contra o segundo. Quando você compra o candidato, você compra tudo junto.

No consumo não é assim. O consumidor X pode combinar comida a quilo com guaraná. O consumidor Y pode combinar fast-food com suco de laranja. O consumidor Z poderá combinar comida caseira com água. E por aí vai. Uma decisão fatiada exige, consequentemente, uma abordagem fatiada das razões que levam àquela decisão. As pessoas de classe mais baixa, quando confrontadas com que cômodo da casa gostariam de reformar em primeiro lugar, preferem começar pela cozinha e pela sala. Nada menos do que 52% das pessoas de escolaridade mais baixa disseram que a cozinha é o primeiro cômodo a ser reformado.

Essa proporção é de somente 30% para os que ocupam o topo da pirâmide. A sala é o cômodo preferido por 40% das pessoas mais pobres e só 33% das pessoas de renda mais elevada. No grupo dos que têm maior renda, o cômodo mais mencionado para ter os primeiros cuidados em caso de reforma é o quarto, com 38% das menções.

Qual é a interpretação de tais resultados? Como tudo na vida, há várias análises. A primeira, mais econômica, afirmaria que para qualquer grupo social os primeiros cômodos a ser reformados são sempre a cozinha e a sala. A diferença entre pobres e não-pobres é que estes já teriam feito esse tipo de reforma, ao passo que aqueles ainda estariam na primeira rodada de quebra-quebra em casa. Isso pode ser verdade.

O fato é que essa interpretação coloca no mesmo nível os diferentes grupos de renda - eles apenas estariam em estágios diferentes da vida, em diferentes fases de sua evolução para um padrão de consumo mais elevado.

A segunda interpretação é menos econômica e mais sociológica. Nela, considera-se que os mais pobres valorizam mais os espaços de socialização. As casas tendem a abrigar mais pessoas e a receber mais vizinhos. Como consequência, os espaços que abrigam um número maior de pessoas são mais importantes do que os quartos, que acomodam apenas alguns parentes.

O quarto é o espaço da intimidade, daquilo que se faz ora com a porta aberta, ora com a porta fechada e até mesmo trancada. Isso não existe nem na sala nem na cozinha. Ademais, a cozinha é carregada de simbolismo. É nela que são preparadas as refeições.

Nas residências mais pobres é o espaço por excelência da mulher. É utilizado intensivamente, diuturnamente. Nas habitações menos pobres a cozinha também é importante, mas muitas vezes quem a pilota é a empregada ou a diarista. Outras vezes é o lugar da refeição rápida, da comida pré-pronta que vai ao microondas. Além disso, muitas vezes a cozinha não é utilizada por causa do "comer fora", do "sair para jantar". Não por acaso o tamanho das cozinhas nas plantas dos modernos apartamentos vem sendo reduzido.

Se realmente for essa a interpretação correta, caberá às empresas que lidam com o setor imobiliário, as reformas e construções, se adaptar a diferentes estratégias de marketing e conquista de mercado.

Qualquer que seja a decisão de consumo transparecem diferenças - que podem ser maiores ou menores - entre pobres e não-pobres. Outro exemplo de grande relevância diz respeito a uma pequena diferença, mas real, quando se trata de receber o seguro de vida. As pessoas de escolaridade mais baixa, quando comparadas com aqueles que já fizeram o segundo grau, preferem um pouco mais receber o seguro de vida em parcelas, 22% ante 15%. À medida que diminui a escolaridade aumenta a preferência por receber o seguro de vida em suaves prestações. Qual é o motivo disto?

Tudo indica que diz respeito à força do culto à família combinada com a carência financeira. As famílias mais pobres são mais numerosas e os laços familiares são mais fortes. Uma eventual bolada de um seguro de vida levaria toda a família agregada a pressionar por uma pequena fatia do prêmio. É um parente que precisa de R$ 1 mil para reformar a casa atingida pela enchente, é um outro que precisa de R$ 500 para um tratamento médico mais caro, há outro que está desempregado faz tempo. A lista de carências é interminável e amplamente justificada. Impossível dizer não. Se esse for o caso, a pena será o abalo das relações familiares, algo completamente fora da pauta de valores das famílias mais pobres.

A força da ética familiar, portanto, varia conforme o grupo social. Retornando ao bem-estar. A classe C, assim como A e B, também quer o bem-estar. O xis da questão é que para a classe C o bem-estar inclui mais a família agregada do que para as classes A e B. Saímos da afirmação óbvia para uma conclusão que realmente aponta para tratamentos diferentes a grupos sociais diferentes. Se a decisão de consumo é diferente, então tudo de importante que a ela diz respeito acaba sendo diferente.
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Alberto Carlos Almeida, sociólogo e professor universitário, é autor de "A Cabeça do Brasileiro" (Record). E-mail: Alberto.almeida@institutoanalise.com

20 de mar. de 2009

HÁBITOS, MODA E FELICIDADE

ABRAHAM SHAPIRO

A moda “pega”. Todos sabem. Mas a ciência está olhando para isso há muito pouco tempo.

Você sabia que a moda, assim como os julgamentos sobre o cigarro, a obesidade, a beleza, a política e outras situações se propagam através das redes sociais? Interessante, os comportamentos também seguem o mesmo mecanismo.

Esta semana, dois estudiosos descobriram algo fabuloso. Você poderá estranhar. Eles comprovaram cientificamente que se você tiver amigos que sejam felizes, suas chances de sentir-se feliz são até 15% maiores do que o normal. Traduzindo: é mais fácil ser feliz quando se tem a companhia de gente feliz.

Isto pode parecer óbvio ao senso comum, mas volto a dizer, só agora a ciência está conhecendo como isto funciona.

Quais as implicações disso para empresas? O contato de um laboratório farmacêutico com médicos poderá ser mais eficaz se explorada a tendência desses profissionais a serem influenciados por outros médicos aos quais estão ligados, por exemplo.

No caso de iniciativas de segurança no trabalho, saber que uma pessoa que adota práticas mais seguras influencia as demais pode ser muito útil.

Campanhas de estímulo ao consumo ou à adoção de comportamentos coletivos – como o combate aos focos de mosquitos que causam a dengue, por exemplo – podem ser mais eficazes se mostrar pessoas importantes e influentes aderindo à campanha do que apenas as frases de conscientização dos benefícios, como se faz hoje.

É isto! Se felicidade pega assim como a moda, imagine como pode fazer diferença na estratégia de uma empresa explorar a influência que cada grupo de clientes exerce sobre outros.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Tem resultados na interação entre as áreas de vendas e marketing. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

19 de mar. de 2009

SE VAI MAL, DEPENDE DE VOCÊ

ABRAHAM SHAPIRO

Recebi o e-mail de um vendedor cujo nome vou manter em sigilo. Veja o que ele expõe:

- “Minha empresa não quer comprar um laptop para mim. Penso em sair, pois, sinto-me desvalorizado. Acho que eles deveriam me considerar mais. O que devo fazer?”

A resposta:

Caro amigo,

O lado patético do cenário que você expõe é ver você choramingando. Não cai bem a um vendedor de verdade.

Hoje você chora para mim. Mas imagino que você deva choramingar para outras pessoas de sua empresa e para o seu chefe. Temo que você o faça até para clientes. Perdoe-me a franqueza, mas você é literalmente um chorão.

O que você deve fazer?

Primeiramente, muito cuidado. Antes de sair deste emprego, você poderá acabar demitido. E não está fácil recolocar-se. Caso isto aconteça, o motivo será sua queixa pessoal, e não um problema real. O mais horroroso, porém, é continuar choramingando.

Você reclama de que não lhe compram um laptop. A verdade é outra. Você é que não está disposto a investir em si mesmo. Onde quer que você vá, esta situação vai se repetir.

Aliás, devo dizer que a pior coisa é lhe comprarem um laptop, pois, se o fizerem, você não vai aprender a lição de que tanto necessita para ser um profissional maduro.

Seu sucesso é responsabilidade sua. E suas ferramentas de vendas também. Vá à loja de informática mais próxima e compre um laptop. Sacrifique-se, esforce-se o quanto puder, mas tenha diante de si a visão clara e sólida de que você pode fazer isto. Você é capaz? Então invista na pessoa mais importante do mundo: Você. Verbalize em voz alta: 'Eu mereço porque sou um bom profissional!'

As empresas buscam um perfil diferenciado de vendedor, ou seja, pessoas ousadas, fortes e corajosas, que saibam - acima de tudo - resolver problemas. Você mal sabe resolver um incômodo particular! Ninguém quer gente que perde tempo com reclamações e besteiras sem sentido. Profissionais sérios não dissipam energia importante para o trabalho, mas concentram suas forças em buscar resultados.

Portanto, vai aqui o meu conselho: que tal parar de choramingar e começar a vencer?

Um abraço.
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18 de mar. de 2009

A ESSÊNCIA DA VENDA

ABRAHAM SHAPIRO

Amigo profissional de vendas. Permita-me lembrá-lo de algo muito importante para seus resultados e também sua carreira. Seu emprego em vendas na verdade é seu próprio negócio dentro do negócio de sua empresa.

Eu li há algum tempo que, em 1946, Red Motley disse: “Nada acontece até que uma venda seja feita”. Hoje em dia, essas palavras têm mais significado que nunca.

Seu trabalho é realizar as vendas. Estas vendas fazem os pedidos entrarem no sistema, põem o maquinário para funcionar, expedem os produtos e geram as faturas que, finalmente, resultam no dinheiro dos clientes. Esse é o dinheiro paga seu salário e o de todos os demais na empresa - inclusive os executivos e o proprietário.

A coisa mais importante a entender é que você é dono do seu próprio destino. E uma grande parte disso depende de como você se conduz, do que você acredita e das convicções que levam você a ter sentimentos que se transformam em ação.

Portanto, algém importante como você, em toda essa estrutura, não deve ter conduta aleatória e desequilibrada. Isto não condiz com o seu papel.

Acorde cedo. Quem cedo levanta colhe os frutos mais viçosos. Trabalhe enquanto os demais dormem.

Ame o que você faz.

Converta a raiva em solução. A raiva bloqueia o pensamento positivo e criativo.

Leia vinte minutos toda manhã. Ler gera a oportunidade de ter idéias em silêncio. Você tem a oportunidade de conhecer as idéias dos outros e convertê-las em sua própria fórmula de sucesso. Mas leia para ganhar, e não para apenas acumular conhecimento.

Escreva durante vinte minutos toda manhã. Sobre o quê você deveria escrever? Qualquer coisa que quiser. Comece tornando suas idéias e pensamentos claros. Assim, escreva o que você pensa.

Talvez você pense que eu resolvi usar a postagem de hoje para lhe chatear com conselhos esparsos. Mas eu só quis lembrá-lo de um detalhe que acredito ser o primeiro de que você se esquece nas horas mais necessárias. Você é grande! O que você faz é grande! Resta apenas que você assuma isto e também faça suas atitudes coerentes com o modo de vida de alguém que tem em si a grandeza.
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16 de mar. de 2009

NÃO DEIXE CAIR O VALOR DE SUA MARCA

ABRAHAM SHAPIRO

Os sinais da economia emitidos pelos países ricos vão de mal a pior. Na virada de fevereiro isto ficou mais claro com o anúncio do PIB brasileiro do quarto trimestre de 2008. Mas ainda não é, como falam por aí, a maior crise da história.

A grande crise ainda foi a dos anos 80, 81 e 82. Naquela ocasião, os Estados Unidos enfrentaram uma recessão de 4% ao ano, com inflação de 14%, juros de 21% e desemprego de 11%. O mundo todo pagou caro.

A força daquele triênio foi tanta, que nos livros de história os anos 80 se chamam: A DÉCADA PERDIDA. O Brasil entrou em moratória junto de outros 34 países.

Na crise atual, ninguém ainda ouviu falar em moratória.

Mas o importante para a empresa continua sendo: maximizar a posição do caixa, controlar o capital de giro e fortalecer o balanço. Ou seja: cortar custos, administrar a receita de modo agressivo e agarrar oportunidades, pois, só isso vai diferenciar a organização.

Aqui vai um lembrete: se você interrompeu seus investimentos em propaganda, abra os olhos para os seus concorrentes. Eles já estão ocupando os espaços que você deixou aberto. A propaganda é o primeiro. Confira, e em seguida, mude sua tática.

O marketing mostra que você não deve pautar medidas que comprometam o valor de sua marca. Aposte neste princípio e continue no páreo. Sair fora, a essas alturas do jogo, significa ter que se contentar com os farelos de um bolo que se come em grandes fatias !
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13 de mar. de 2009

PRIMEIRO, O QUE VEM PRIMEIRO

ABRAHAM SHAPIRO

Certa vez, um grande sábio que vivia modestamente, recebeu em sua casa a visita de uma das pessoas mais ricas do país que se encontrava de passagem por esta cidade. O sábio era um grande erudito. Sua sabedoria tinha tanta fama que o milionário não quis perder a oportunidade de conhecê-lo. Ao chegar à humilde casa, foi incontida a sua surpresa em se deparar com uma habitação pequena e com poucos móveis.

Começou a conversar com o sábio e deleitar-se com sua vasta sabedoria. Passado um tempo, resolveu perguntar: “Mestre, você é um dos grandes eruditos desta época e eu me orgulho muito por estar em sua presença. Mas há algo que não posso deixar de indagar: por quê você vive de forma tão precária? Devia mudar-se para uma casa maior, mais bonita e de acordo ao que o senhor merece.”

O sábio preferiu evitar a resposta naquele momento. Prometeu responder-lhe em um próximo encontro que aconteceria no hotel onde o eminente visitante se hospedava.

No dia seguinte, o mestre se apresenta no hotel e o rico o convida a dirigir-se a seu quarto. Era um aposento como qualquer outro de uma estalagem de cidade pequena. Um quarto simples, com uma cama, um armário e uma cadeira.

O sábio franziu a testa e, assombrado, pergunta ao milionário: “Diga-me, bom homem, como uma pessoa como você pode viver em um lugar tão precário como este? Você se queixa de mim, porém, eu, além de cama e armário, tenho mesa e cadeiras...” A resposta do rico foi imediata: “Mestre. Muito me estranha sua pergunta. Você bem sabe que estou apenas de passagem por este lugar. Não me incomodo em ocupar um aposento assim por uma curta estadia”.

O mestre sorriu e respondeu: “Eu sabia que uma pessoa inteligente como você estaria, certamente, de acordo comigo. Eu penso exatamente como você. É por este motivo que vivo onde vivo. Eu também estou de passagem por este mundo que é só um corredor para o verdadeiro mundo e para a verdadeira vida. É só por isso que não quero gastar todas as minhas forças e meu dinheiro em um lugar onde estou apenas por um curto tempo” .

Passados alguns anos, o sábio estava em visita à cidade onde vivia o milionário. Este o havia convidado a conhecer sua casa. Ao entrar no magnífico palácio, o mestre se deteve a observar as grandes obras de arte e os maravilhosos e caros detalhes decorativos. De repente, voltou-se para o seu anfitrião e mirou-o fixamente. Demorou-se olhando-o, agora, como se nada existisse a seu redor.

O rico observou aquela atitude e disse: “O que se passa, mestre. Há algo de que você não tenha gostado? Acaso você não me ensinou que não é importante tudo isto e que estamos apenas de passagem pela vida?”

O sábio respondeu: “Sigo opinando o mesmo. Não mudei meu ponto de vista. Só que, ao entrar em sua mansão, foram tantas coisas bonitas para observar que deixei de prestar atenção em você e ao que você é. Dediquei toda minha visão ao que você tem. Quando me dei conta, percebi que deve ser muito triste convidar alguém, e esta pessoa, ao invés de dedicar-se a você, dedicar-se ao que você possui. Foi por isso que interrompi essa tola postura e me voltei a você como se nada mais existisse. Devo dizer-lhe que, quando as pessoas vêm visitar-me em minha humilde casa, não tenho qualquer dúvida de que o fazem por que é a mim que valorizam e desejam ver e ouvir. Em minha casa não há o que ser visto e apreciado. Já aqui, quando vêm visitar-lhe em seu palácio, é a você que realmente visitam? É a você que desejam ver? Não serão às suas posses?”


Não existe ascensão real na vida se for apenas social. Mesmo que o esforço para isso seja máximo, não haverá contentamento que o compense. Ninguém se sente realizado em gastar a vida somente em acumular riquezas ou conquistar títulos. O enriquecimento intelectual, o crescimento espiritual é o que, de fato, conta.

É preciso trabalhar. É bom ganhar a vida, pois, tem relação direta com nossa autovalorização, com a dignidade e com o respeito pessoais. Todavia, isso pode e deve ser feito do modo correto, com uma razão e sentido. É assim que se consegue transformar o mundo material em um ambiente mais elevado.

Hoje em dia, “clima organizacional” é moda. As receitas para se ter harmonia no trabalho ensinam de tudo. Só esquecem de indicar que não podemos permitir que a ansiedade domine a tal ponto que monopolizemos a atenção sobre o que é exclusivamente material e deixemos de atender o propósito na vida.

Ganhar muito dinheiro não é a nossa razão de existência. Não é o propósito da vida.

Um bebê se alimenta primeiro com leite, depois com purê e, passado mais tempo, com carne. A alma, porém, não se alimenta de caviar, roupas novas ou com uma promoção ao cargo de presidente da empresa.

Se um bebê não for alimentado, ele não crescerá, ficará enfermo e pode morrer. (Que bom seria se isso fosse apenas uma ilustração. Mas, enquanto você lê este texto, há crianças morrendo por falta de comida em muitos lugares).

Analogamente, se não alimentarmos a alma, ela não crescerá, não irá se desenvolver. Ela adoece e morre, pois, as atitudes, por si só, são vazias e desprovidas de razão e propósito.

Há quem, talvez, pense que a alma se alimente de rituais e exterioridades religiosas como ir a um culto, ler a Bíblia etc. Mesmo estas atividades podem ser praticadas de modo viciado e vazio, desprovido de conteúdo. Por mais corretas que sejam como forma de comportamento, podem, inclusive, causar a sensação de desconforto típica de quando a alma está faminta. E o motivo é um só: falta de sentido. Tudo carece de um propósito sem o qual a simples ação é banal e vazia, mesmo que meritória.
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12 de mar. de 2009

O QUE SIGNIFICA 'TER DINHEIRO'?

ABRAHAM SHAPIRO

Em 1923, no hotel da praia de Edgewater, em Chicago, aconteceu uma das mais importantes reuniões de personalidades da época.

Os integrantes desta reunião eram nove dos maiores empresários e bem sucedidos homens do planeta. Ali estavam: o presidente da maior companhia privada de aço; o presidente da maior companhia de eletricidade mundial; o presidente da maior companhia de gás e petróleo; o maior especulador de trigo das bolsas de mercadorias; o presidente da Bolsa de Valores de Nova Iorque; o Secretário do Interior do gabinete do Presidente Harding, dos Estados Unidos; o maior investidor de Wall Street; o presidente do maior monopólio mundial e o presidente do maior banco privado norte-americano. Impressionante concentração de poder.

Naqueles dias, estes nomes detinham o segredo que fascina a maior parte dos habitantes deste planeta: a arte de ganhar muito dinheiro. Mas vinte e cinco anos depois deste evento, onde e como estavam eles?

Charles Schwab, o presidente da maior companhia privada de aço do mundo: falido, e vivendo às custas de um empréstimo que lhe foi concedido por um grupo de amigos cinco anos antes de sua morte.

Samuel Insull, presidente da maior companhia elétrica: morreu como fugitivo da justiça numa terra estrangeira e sem um tostão.

O presidente da maior companhia de gás e petróleo – Howard Hopson: insano num sanatório da Pensilvânia.

O maior especulador de trigo das bolsas de mercadorias – Arthur Cutten: morto no exterior, insolvente.

O presidente da Bolsa de Valores de Nova Iorque – Richard Whitney: foi libertado da penitenciária de Sing Sing após 10 anos de prisão.

O membro do gabinete do presidente do E.U.A – Albert Fall: foi libertado da prisão para morrer em casa.

O maior “urso” investidor de Wall Street – Jesse Livermore: se suicidou.

O cérebro do maior monopólio mundial – Ivar Krueger: também se suicidou.

O presidente do maior banco privado norte-americano, International Settlements - Leon Fraser: também se suicidou.

Qualquer um fica atônito com estes fatos. O que mais impressiona é a imensa concentração de talento e potencialidade que se perdeu por completo com estes homens. Mas é possível imaginar que suas vidas estavam baseadas em alicerces sem consistência. Estavam todos sem equilíbrio. Aprenderam bem a arte de fazer dinheiro. Mas, por alguém possuir dinheiro e perdê-lo, isto significa que não pode continuar vivendo?

Cometer um crime ou um suicídio é uma gigantesca demonstração de falta de entendimento da vida. É ausência total de apreciação de seu real valor e objetivo.

Há muito mais motivos para viver do que apenas ganhar dinheiro.

Às vezes achamos que as pessoas ricas são realizadas e atingiram êxito. Na verdade, conseguiram ser vencedoras em uma área específica, a financeira. O real sucesso na vida encontra-se em descobrir que não somos apenas carne e osso e que não só com dinheiro podemos pautar nossa existência ou medir nossas conquistas. Há outras necessidades e outros setores nos quais precisamos investir nossos esforços e buscar ser vencedores igualmente.

Dinheiro é energia. Ele representa a verdadeira energia da vida. Dependendo de como você o usa, ele pode ser sua liberdade ou sua escravidão.

Há quem diga que dinheiro é mau. Outros dizem que é bom. Dinheiro é bênção ou maldição? Você mede seu valor pessoal pelo saldo de sua conta bancária?

Sabe por que existe uma tendência das pessoas se sentirem melhores quanto mais dinheiro tiverem? É porque, normalmente, investe-se muita energia vital em ganhá-lo. As pessoas comuns pensam que elas mesmas – e só elas – são as responsáveis diretas pelo seu sucesso. Julgam que sua inteligência e habilidades têm o poder de gerar sucesso na medida em que o imaginam ou planejam. Estão enganadas.

A riqueza põe o homem frente a um grande desafio: não se deixar levar pela paixão do próprio poder e de saber que a contabilidade do sucesso tem a ver com uma aritmética que não envolve apenas as quatro operações matemáticas. Há comportamento envolvido. Há postura. Há justiça e muitos outros mistérios que não compreendemos e não podemos mensurar.

Não significa dizer que o sucesso não se relacione com esforço. Há uma relação direta e clara entre um e outro ainda que humanamente não saibamos em que proporção. Investir esforço e luta para se conseguir bons resultados é reconhecidamente necessário como já tratamos anteriormente. Nada se obtém de braços cruzados além de dores musculares. Mas a consciência de que esforço, apenas, não gera riqueza e de que existe uma conexão entre o ganho e a bênção de Deus, são alicerces importantes a serem reconhecidos em uma fortuna verdadeira.

O dinheiro pode ser uma maldição. Pode causar ansiedade infinita, senso de falso mérito, despotismo, arbitrariedade, perda da noção de valor das pessoas e das virtudes. O rico está permanentemente experimentando o desejo de ter mais e mais, sem limites.

Quando nos alegramos com as coisas que temos, nosso prazer com a vida aumenta. Além de ser uma chave para a felicidade, este comportamento nos torna merecedores de muito mais e nos dá acesso a novos conhecimentos, experiências vibrantes, responsabilidades e maior compreensão do mundo.

Um dos modos mais eficazes e corretos de se relacionar com o dinheiro e com as coisas que possuímos é portando-nos sem apego. Não é preciso ter a preocupação de guardar e proteger ansiosamente o que quer que seja, pois, aquilo que tem que ser nosso, será nosso de qualquer forma. Ninguém tomará nossas posses verdadeiras. Assim também eu não conseguirei tomar de ninguém o que não for, de fato, meu. Assim, a melhor sensação em relação aos bens materiais é vivida por aquele que não se enxerga como dono, mas como administrador ou depositário.
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A BONDADE, O CORAÇÃO E OS VALORES DA VIDA

ABRAHAM SHAPIRO

O Dr Dean Ornish é o criador do único programa cientificamente provado para reverter enfermidades cardíacas sem uso de medicamentos nem cirurgia. Em seu livro, ele faz uma recomendação: "realize trabalho voluntário". Diz que não só se sentirá bem, como também “lhe abrirá o coração”, desobstruirá artérias e fará que o sangue e o oxigênio fluam bem, novamente.

Diz ele que atuar sem egoísmo é a forma de conduta mais egoísta, já que mantém o sentido de paz interior e de alegria. Comenta ainda: “O altruísmo, a compaixão e o perdão – abrir o coração – podem ser uma poderosa forma de cura do isolamento que produz o estresse, o sofrimento e a enfermidade. Em outras palavras, o altruísmo, a compaixão e o perdão podem agir em nosso benefício, posto que nos libertam de nossas limitações e nos dão força”.

Em nossos dias, muitas empresas de seguro de vida perguntam a seus potenciais clientes não só se fumam, mas também se fazem trabalho voluntário de forma regular.
Pesquisadores modernos têm demonstrado que fazer atos de bondade realmente afeta a química do corpo e do cérebro. Liberam-se hormônios – endorfinas – que melhoram o sistema imunológico. A bondade ajuda a combater a depressão e a ansiedade. É um antídoto para a tristeza e o estresse.

Sair de si mesmo e centrar-se em outras pessoas diminui as preocupações e os temores próprios. A próxima vez que você se sentir melancólico, triste ou ansioso, verá que fazer um ato anônimo de bondade lhe fará sentir-se melhor.

Tente, ao menos. Mas cuide-se para não fazê-lo sem o devido valor e razão. O “sabor” de qualquer ato está nisso.

Nós estamos neste mundo não para ser, mas para fazer; não para meramente existir, mas para realizar. Recolher-se ao próprio “eu” é reverter o fluxo da vida.

Certo dia de inverno, um sujeito pobre voltava da fábrica para casa, quando passou por um restaurante chique e caro. Durante alguns minutos assistiu através da grande vitrina como os grã-finos sentavam-se confortavelmente em poltronas macias, papeando e rindo enquanto comiam deliciosas panquecas de queijo, completamente alheios ao observador, como se estivessem em outro mundo.

- “Panquecas” – murmurava ele para si mesmo, enquanto seguia para casa.

- “Sara” – anunciou, fechando a porta atrás de si e jogando o casaco sobre a cadeira – “você faria umas panquecas para mim? Estou muito a fim de panquecas” .

- “Claro, Max” – respondeu a mulher – “Vou fazer o melhor que posso”.
Sara pegou seu velho livro de receitas, marcado pelas muitas experiências culinárias, e abriu em “panquecas”.

- “Ah! Aqui estão elas...as panquecas”, exclamou contente.”Dois copos de farinha, um copo de água... Oh! Max, veja isto. Aqui diz que se precisa de ricota. Não temos ricota!” – disse ela tristemente.

- “Ouça, Sara, sabe o que? Esqueça o queijo” – consolou-se Max.

- “Ih! Max. Veja só” – chamou ela de novo. “Está escrito que precisamos de nozes, mel e passas!”

- “Esqueça essas coisas também” – aconselhou ele.

- “Você é um bom marido, Max. Mas o que é isto? O que fazer com a canela e o açúcar mascavo?” – leu Sara no livro.

- “Não há necessidade!” – declarou o marido. “Só comece a fritar, pois estou faminto!”

Com muita pompa, ela acendeu o fogo, misturou a farinha e a água, fritou as panquecas, enrolou-as em canudinhos, colocou-as para assar, e em poucos minutos lá estavam elas, arrumadas num prato diante de um Max muito contente, com um guardanapo pendurado no colarinho.

Garfo e faca entraram em ação, e em segundos ele estava fazendo o que desejava! Max estava comendo panquecas, como os ricaços no restaurante grã-fino.

Sara observava orgulhosamente, enquanto ele mastigava devagar. Após alguns segundos de silêncio absoluto, não pôde resistir.

- “E então, o que você acha? Gostou das panquecas?”

- “Sabe, Sara” – respondeu Max. “Eu não entendo o que essas pessoas chiques vêem de tão especial em panquecas!”


Fundamentar a vida em uma religião, uma filosofia ou ideologia não é o mesmo que um passeio no shopping para olhar vitrines e se encantar com a aparência de coisas que atraem.

Uma receita da qual se desprezem os principais ingredientes – ou por indiferença ou por não se importar com detalhes – não terá sabor algum a ser apreciado depois de pronta.

Todos os conceitos, propostas e instruções com que você já se deparou na vida podem ou não se converter em prática. Só depende de sua escolha. Mas qualquer opção que você fizer para integrar seu projeto pessoal de vida exige que você não despreze os detalhes que a compõem. Nada deve ser descartado. Tenha seriedade em cumprir todas as regras à risca, sem adaptações, arranjos ou aproximações que descaracterizem o objetivo final a ser alcançado.

Recuse-se a “dar jeitinhos” quando estiver tratando de opções para a vida.
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11 de mar. de 2009

INFLUÊNCIAS

ABRAHAM SHAPIRO

Não se trata de responder sim ou não, vou afirmar: você e eu somos influenciados por alguém ou por alguma coisa. As perguntas, portanto, devem ser:

* Por quem você se deixa influenciar?

* Quais situações exercem domínio sobre seus pensamentos a ponto de orientar - bem ou mal - as suas decisões?

Mas há também um outro lado. Quem você influencia? Quando isto ocorre? É para o bem? Ou você é indiferente a esta qualidade e as pessoas que se miram nos seus atos e palavras estão caminhando em direção a um abismo? É "salve-se quem puder"? Você se preocupa efetivamente com o que fala e faz?

O Marcos Romão, um gerente de vendas, foi quem me levou a refletir sobre isto na manhã de hoje quando decidíamos ações comerciais a serem implementadas sobre sua equipe. Julguei importante partilhar com os leitores do blog.

O que fazer na prática? Cuide do que você lê. Cuide dos filmes e dos programas de televisão a que você assiste. Filtre, limpe e purifique o máximo de tudo o que entra em sua mente através dos seus sentidos. Está sendo registrado. Estas coisas têm o poder de mudar você - ainda que inconscientemente.

Seja prudente e cuide de seus pensamentos. Suas emoções serão resultado do que pensou. E seus atos serão frutos de suas emoções.
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10 de mar. de 2009

A LIDERANÇA DE MOISÉS

ABRAHAM SHAPIRO

Gerentes carecem de visão. Líderes, de visão, audição, razão e sentimentos.

Há, na Bíblia, o famoso episódio do bezerro de ouro. Esta é uma página triste da história do Povo Hebreu devido ao fato da idolatria. No entanto, é uma lição importante sobre liderança e, por isso, merece ser visitada especialmente para conhecimento das pessoas que se esforçam em busca de seu auto-aperfeiçoamento como líderes.

O texto apresentado abaixo consta na tradição oral Judaica, comunicada verbalmente de geração em geração até o século II da Era Comum quando, então, foi transcrita e passou a ser chamada basicamente de Talmud.

Neste episódio, Moisés encontra-se sobre o Monte Sinai, recebendo das mãos de D-us as Tábuas da Lei enquanto o povo, ao pé do monte, construía um bezerro de ouro e o servia em busca de ter diante de si um deus tangível, em contraste ao D-us Único e Invisível que herdara de seus antepassados. O diálogo entre Moisés e D-us é assim apresentado:

Disse D-us a Moisés, lá no alto:

- Vai, desce depressa, porque o teu povo está pecando.

- Não, Senhor do Universo – respondeu Moisés – não é este o meu povo, mas o Teu povo, que Tu tiraste da terra do Egito.

E D-us replicou:

- Mas eles se desviaram do caminho. Fizeram para si um bezerro de ouro!

- O bezerro pode servir-Te de auxiliar – retrucou Moisés. – Tu enviarás o vento e ele, as chuvas. Tu farás o sol brilhar e ele obrará o mesmo com a luz; Tu farás crescer as árvores e ele, o capim.

- Moisés – perguntou D-us – acreditas também tu em tal idiotice?

- Se é assim – respondeu Moisés – se tudo não passa de idiotice e não tem qualquer valor, por que estás tão zangado com Teu povo?

Aborrecido, D-us exclamou:

- Fora do céu! Fora com o teu convencimento! Toda a tua grandeza se devia ao povo e, sem ele, também nada vales.

Moisés ouviu tais palavras e decaiu-lhe o semblante. Não ousou mais falar. Ao escutar, porém, que D-us dizia: - Deixe-me e os destruirei – pensou consigo: “Se depender de mim, não o permitirei”. E Moisés se pôs a rezar e a implorar misericórdia por seu povo. Foi ter a todos os recantos do céu e bateu em todas as portas.

- Por que tanto o defendes? – perguntou D-us, tentando acalmá-lo; - destruí-los-ei e de ti farei surgir um grande povo, uma grande Nação.

- Senhor do Universo – disse Moisés – uma cadeira de três pés – alusão aos três Patriarcas que são a base do povo de Israel, Abraham, Isaac e Jacob – não consegue aplacar a tua ira. O que fará então uma cadeira de um único pé? E o que dirão meus pais? “Quem é este guia que pensou apenas no seu bem e não se preocupou com o povo que lhe coube conduzir?”

E Moisés acrescentou ainda:

- E o que dirão os povos das nações da terra a Teu respeito? “Conseguiste vencer apenas o Faraó, mas não tiveste força suficiente para resistir aos trinta e um reis de Canaã e por isso deixaste os judeus perecer”.

Ao que D-us respondeu:

- Cedo ao teu pedido. E agora as nações do mundo dirão: Feliz do discípulo a quem o mestre perdoa.


Esta é uma linda lição de como um líder deve se lembrar de sua condição de condutor e servidor. Se arrogante fosse Moisés, certamente teria visto nesta situação sua grande oportunidade de tornar-se pai de uma grande nação. Mas sua preferência ao defender o povo que conduzia e mostrar que sua fraqueza devia ser compreendida, primeiro, e depois trabalhada através de valores e princípios retificadores enterneceu o próprio D-us em sua ira.

Não é em vão que Moisés é considerado o homem mais humilde sobre a face da terra.

E quanto a você? O que teria feito nesta circunstância? Que decisão tomaria? Você é o tipo que busca salvar a própria pele? O que faz efetivamente em prol da continuidade e desenvolvimento da equipe que lhe foi confiada? O que tem feito de concreto por eles? Você serve ou exige serviço?
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9 de mar. de 2009

UM MUNDO PREVISÍVEL E CHATO

ABRAHAM SHAPIRO

Um dos meus esportes prediletos atualmente é prever como as pessoas agirão.

Homem algum é previsível em sua essência. As possibilidades de suas ações são potencialmente infinitas. Mas potencial é algo latente. Quebrar a dormência de um potencial exige esforço e bravura.

O que, portanto, torna um ser humano previsível? Ele próprio! Seu aprisionamento começa pela negação do livre-arbítrio em favor de uma idéia a que ele se submete. É como um indivíduo que abre um atalho numa floresta a golpes de foice e quando chega a um lugar qualquer julga ser este o seu destino e convence-se de ser esta é a única alternativa para aí chegar.

Será este o “seu lugar”? E há apenas este caminho?

Assim, gerentes que sonharam em ser líderes ficaram viciados no comodismo de sua rotina e ficaram enterrados para sempre na decadência de suas carreiras.

Jovens e talentosos vendedores apegaram-se ao conforto do ganho fixo e, por esta via, trocaram prosperidade por pobreza.

Chefes se apegaram a crenças fracassadas por medo de verem reveladas suas táticas à concorrência e nunca se deram conta de que, inovando, estariam à frente.

O sucesso está em surpreender. E surpreende-se por meio de um julgamento admirável e inesperado, ou uma decisão espontânea e maravilhosa. Todavia, a surpresa não está somente no domínio da genialidade. Ela é amplamente mais encontrada entre as pessoas criativos. Mas acontece que, nos dias de hoje, não há nada de que se careça mais entre os homens do que exatamente isto, a criatividade.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Tem resultados na interação entre as áreas de vendas e marketing. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

6 de mar. de 2009

O AGORA

ABRAHAM SHAPIRO

Não há momento mais vital do que o "agora mesmo".

Não há lugar mais crucial do que "este em que você se encontra".

Porque neste momento e neste lugar você pode ser o que você sempre desejou, mas jamais teve a ousadia de ser.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Tem resultados na interação entre as áreas de vendas e marketing. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

5 de mar. de 2009

CANDIDATOS À GERÊNCIA DEVEM SER TESTADOS

ABRAHAM SHAPIRO

Nem todo jogador poderá ser técnico. Nem todo bom funcionário saberá gerenciar. Parece óbvio, mas a falta de líderes é grande, e muitos diretores chegam próximo ao pânico por conta disso. Em meio à escassez, apostam em pessoas que acreditam ter talento.

É uma loteria. Não há certeza alguma de que este critério funcione.

Todavia, antes de fazer besteira, é possível submeter o candidato a testes. Isto aumentará as chances de se predizer se seus traços de personalidade suportarão a pesada carga da gerência.

O primeiro teste deve ser o "Teste da Discrição" - também chamado "Teste do Segredo". Consiste em manter com o candidato uma conversa séria, de preferência sobre um assunto que lhe cause alguma dissonância ou tensão. No ponto auge do diálogo, a conversa é interrompida.

Se nas horas e dias seguintes o candidato mantiver o assunto em segredo, ele passou no teste. Trata-se de alguém que possui a competência da discrição e reserva assuntos de foro pessoal longe da tendência de alardeá-lo.

Caso ele passe o assunto adiante, trata-se de um irresponsável. Evite promover pessoas deste tipo. Elas são "permeáveis" e, por este defeito, colocarão em risco planos, idéias, estratégias e outras situações que exigem comprometimento ou cumplicidade entre gestores até que chegue o momento ideal e correto de divulgá-los.

La Bruyère, filósofo francês, disse a este respeito algo bastante conclusivo: "O mais rigoroso dos testes de caráter consiste, primeiro, em sermos capazes de guardar um segredo, e, depois, em não revelar que já o sabíamos quando ele é revelado”.

Mas para finalizar, evoco a sabedoria popular: "Quem fala demais, dará bom dia a um cavalo".
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4 de mar. de 2009

UMA PALESTRA QUE PODERÁ MUDAR SUA VISÃO

ABRAHAM SHAPIRO

Dia 10 de março, próxima terça-feira, terei o prazer de apresentar a palestra de abertura das atividades da ABRH – Associação Brasileira de Recursos Humanos – Regional Norte do Paraná.

O tema que escolhi é:

COMO ALINHAR A LIDERANÇA À VISÃO NEGOCIAL ESTRATÉGICA DA EMPRESA EM TEMPOS DE CRISE.


O objetivo é apresentar propostas práticas de como os líderes dos setores que tradicionalmente se envolviam apenas com seus próprios assuntos, podem e devem atuar de modo prático nos negócios da empresa.

Ninguém discorda de que, até recentemente, as equipes se restringiam a entender e executar suas próprias tarefas. Hoje, todavia, vendas e marketing são temas que abrangem todas as áreas, afinal, a organização, como um todo, precisa sair em busca de novos mercados, do conhecimento e atendimento das necessidades do cliente e de colocar estas necessidades como prioridade zero. Só assim a empresa se fortalece.

A palestra será às 19h30m, no auditório do Consórcio União, à Av Higienópolis, 2.400, em Londrina, Pr.

Se você deseja participar, ligue agora para o fone (43) 3324 1144 e informe-se.

Farei todo esforço para comunicar novas idéias sobre como envolver sua equipe de trabalho e comprometê-la com valores diferentes e importantes para o seu negócio.
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3 de mar. de 2009

O CONCEITO DE "VANTAGEM COMPETITIVA"

ABRAHAM SHAPIRO

Eu dava um treinamento a um grupo de colaboradores de uma empresa, quando um deles levantou o braço e fez-me uma pergunta: "Professor Shapiro, o senhor poderia nos dizer o que é vantagem competitiva? Eu ouço isto muitas vezes, mas não sei bem o que é".

Perguntei o nome do rapaz. "Luiz Cláudio", ele respondeu. Eu o parabenizei pela boa educação e também pela coragem. Fazer uma pergunta dessas no Brasil requer bravura e brio já que, somos de uma cultura onde pouquíssimos sabem alguma coisa concretamente e muitos só fingem que sabe. É como meu avô dizia: "Calado, até um asno passa por sábio".

Minha resposta: "No ambiente empresarial de hoje, surge competição quando outras organizações tentam fazer o que sua empresa faz, só que melhor. Você cria vantagem quando pode fazer algo que seus competidores acham difícil copiar. A vantagem competitiva á ainda mais garantida quando os concorrentes não conseguem copiar absolutamente nada da especialidade de sua empresa".

Cá entre nós, um comentário importante. Existem sólidas evidências advindas de pesquisas de que uma fonte particularmente rica de vantagem competitiva encontra-se nas pessoas que constituem a organização. Portanto, uma das maneiras mais eficazes de garantir vantagem competitiva é aproveitar ao máximo o conhecimento, habilidades e outros predicados dos colaboradores da empresa. Nenhuma outra tem o mesmo pessoal. Teoricamente, nenhuma outra pode copiar a gama de produtos e serviços feitos pelas capacidades específicas dos membros dessa empresa.

O problema é que isto é teoria. Na prática, ainda depende de várias condições de contorno como: ambiente, relacionamentos, capacidade de gerenciamento, liderança e tantos outros. Estes fatores influenciam diretamente a criatividade e o comprometimento dos funcionários a ponto deles fazerem o que fazem com amor, e não com o ódio com que tantos funcionários se arrastam aos seus postos de trabalho. Logo, um gerente mal formado e centralizador, um patrão aproveitador ou medíocre fazem toda diferença.

Só não posso deixar de lado - e não deixarei - um aspecto tão decisivo quanto todos estes juntos: a educação e a natureza do funcionário. O Luiz Cláudio, por exemplo, representa, sem dúvida, uma vantagem competitiva para a sua empresa. Com sua sinceridade e interesse em aprender, ele poderá tornar-se uma vantagem competitiva. Ele não tem envergonha de perguntar, o que já é grande. Quanto aos demais ali presentes, nem Freud saberia desvendar o significado de seus modos apáticos e incógnitos por tudo o que se transcorria naquele evento, aliás, patrocinado pela empresa para desenvolvimento de seu pessoal.

Gente que não valoriza o que se lhe dá, não sabe o valor daquilo que ganha. Pobres seres pobres!
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2 de mar. de 2009

GRANDE PARTE DO GERENCIAMENTO NÃO ESTÁ - E NUNCA ESTARÁ - NOS LIVROS DE MANAGEMENT

ABRAHAM SHAPIRO

A Heloisa estava de corpo e alma comprometida com o processo de aperfeiçoamento de suas habilidades gerenciais. Enxergava bem cada ponto que devia compor seu perfil de gerente e líder. Lia livros sobre management - gerenciamento - e tinha entusiasmo em vivenciar na prática o que aprendia.

No entanto, o Princípio de Peter estabelece que qualquer funcionário é incompetente no exercício de uma nova função, mesmo que tenha sido excelente na função anterior que o fez merecer a promoção.

Pensando nisto, a empresa contratou meus serviços para que eu orientasse a Heloísa nas situações críticas e de difícil solução.

Certo dia, durante nossa atividade semanal, ela me informou que havia repreendido um funcionário de sua equipe diante de colegas. Perdeu o controle, elevou a voz e chegou a ser agressiva. O episódio deixou-a chateada. Quanto ao rapaz, nem é preciso dizer. Ela expôs suas razões e, ao concluir, pediu que eu fizesse minha análise.

Conhecendo bem como as pessoas normalmente funcionam quando exercem poder sobre outras, percebi que ela desejava elementos para racionalizar o lamentável evento e minimizar suas reais consequências - a essas alturas, em estado já bastante avançado. Racionalização é um processo psicológico de caráter defensivo pelo qual o indivíduo apresenta uma explicação coerente ou moralmente aceitável para atos, idéias ou sentimentos cujos motivos verdadeiros não percebe.

Para surpresa da Heloísa, minha interpretação foi simples, até mesmo porque simplicidade é o princípio que orienta toda a minha consultoria. Eu disse a ela: “A maior parte das atitudes requeridas de um gerente para que atinja a excelência em sua função e para , além disso, ser reconhecido como um líder inspirador pelos seus subordinados, não é aprendida na universidade ou no MBA. Vem do berço. São atos práticos de boa educação. O seu problema, Heloísa, e o de todos os chefes que destratam publicamente um subordinado, não foi estudado por nenhum grande teórico do management moderno, e jamais será. Posso garantir que é facilmente resolvido com princípios básicos de bons tratos sociais às pessoas e boas maneiras. Lembrar-se disso na hora em que o vulcão da intolerância vai entrar em erupção pode valer muito mais do que qualquer boa teoria aprendida em livros”.
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